O Departamento de Estado americano declarou hoje (13/8) que as eleições legislativas em Mianmar, fixadas pelos generais para 7 de novembro, não serão "confiáveis", em vista da "atmosfera política repressiva" que reina no país.
"Com o clima político repressivo na Birmânia, essas eleições não poderão ser justas", disse Philip Crowley, porta-voz do departamento de Estado à AFP. "Nessas circunstâncias", a votação "não poderá ser nem representativa nem confiável", acrescentou.
Os generais no poder do país asiático fixaram para 7 de novembro as eleições legislativas. Pela primeira vez em 20 anos, eleições como essas estão sendo organizadas, mas a comunidade internacional já considera que o evento será desprovido de qualquer legitimidade democrática.
A votação será marcada pela exclusão da oponente e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, 65 anos, que passou maior parte dos últimos 20 anos em penitenciárias ou prisão domiciliar vigiada e cujo partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), foi dissolvido em maio por ter decidido boicotar a eleição.
As últimas eleições legislativas em Mianmar ocorreram em 1990. A LND de Suu Kyi, fundada em 1988 após protestos contra a junta, venceu por ampla margem, mas os militares nunca reconheceram o resultado.