O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promulgou hoje (13/8) uma lei que visa a reforçar a segurança da fronteira sul, que inclui o envio de mais 1,5 mil agentes e de aviões não tripulados para intensificar a vigilância, em meio a uma escalada de violência no México.
Obama assinou a legislação, que prevê mais US$ 600 milhões em recursos para a fronteira sul, um dia depois de aprovada pelo Congresso americano.
Essa medida se soma à mobilização de 1,2 mil soldados da Guarda Nacional, iniciada em 1; de agosto, para ajudar na proteção da fronteira, enquanto os novos agentes são treinados para a função.
Incluindo todas as agências de segurança envolvidas, a patrulha americana que atua na fronteira mexicana conta atualmente com 20 mil homens.
Os soldados permanecerão por um ano na fronteira com o México, onde a violência do narcotráfico já deixou mais de 28 mil mortos em três anos e meio.
A nova lei permitirá que o país "continue fortalecendo sua segurança na fronteira sul" para "combater organizações criminosas transnacionais e reduzir o tráfico de pessoas, drogas, dinheiro e armas", explicou em uma entrevista coletiva Janet Napolitano, secretária de Segurança Interna. "A esta altura, (o governo) já dedicou mais recursos à fronteira sul do que em qualquer outro momento da história americana", afirmou Napolitano.
De acordo com a secretária, os esforços do governo resultaram em um aumento das apreensões de contrabando, além de uma redução do número de imigrantes ilegais cruzando a fronteira - e esses avanços serão ampliados com as determinações da nova lei.
Napolitano disse ainda que, ao mesmo tempo que o governo Obama reforça a segurança na fronteira, continua comprometido com uma reforma migratória integral. "Não são elementos sequenciais, é preciso implementar as coisas ao mesmo tempo", estimou.
Obama "disse desde o começo que a reforma migratória é uma de suas prioridades", lembrou a secretária.
Congressistas americanos são contra o debate de uma reforma migratória, alegando que é necessário mais segurança na fronteira. Os senadores John McCain e Jon Kyl, do Arizona (estado na fronteira EUA-México), reagiram à promulgação da lei afirmando que o alcance não é suficiente para resolver os problemas da área.
Ainda durante a campanha eleitoral, Obama se comprometeu com uma reforma migratória que abrisse caminho para regularizar a situação dos cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem atualmente nos Estados Unidos. No entanto, admite que falta apoio da oposição republicana para avançar o projeto no Congresso, onde está parado.
"Nada vai acontecer de maneira integral se apenas uma pessoa ou partido estiver envolvido", declarou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.