Dois dias após regressar ao Paquistão, o presidente Asif Ali Zardari finalmente foi conferir as consequências das inundações que devastam o país desde o início do mês. Zardari visitou ontem a cidade de Sukkur, no sul do país, uma das mais atingidas pelas chuvas torrenciais. ;O presidente também visitou um acampamento de refugiados instalado em um colégio e conversou com sobreviventes das inundações;, declarou um porta-voz do governo. Zardari foi alvo de severas críticas de vítimas da tragédia e de políticos da oposição por não ter interrompido uma viagem à Europa na semana passada para enfrentar a pior crise humanitária do país em décadas.
Após a tragédia deixar milhões de pessoas sem nada, o nível das águas começou a baixar ontem. No entanto, ainda há riscos. ;O nível das águas está baixando nos rios de Sind e Swat (noroeste), e no Rio Chenab, em Punjab. Mas pode aumentar na zona de Taunsa, sem alcançar um nível perigoso;, afirmou o diretor dos serviços meteorológicos, Arif Mehmud. O alerta para inundações permanece em vigor até hoje em algumas regiões de Sind (sul) e Punjab (centro), devido a previsão meteorológica sobre chuvas mais isoladas.
A preocupação agora é com as 14 milhões de pessoas afetadas, em vários níveis, pelas mais graves inundações registradas no Paquistão nos últimos 80 anos. Muitos foram obrigados a abandonar as cidades e se abrigaram em acampamentos improvisados, sem comida e sob forte calor. ;Consideramos que pelo menos 2 milhões de pessoas precisam de um teto. Conseguimos alojar 25% delas;, afirmou Maurizio Giuliano, porta-voz do Escritório de Coordenação da ONU para os Assuntos Humanitários (OCHA). ;A entrega de barracas e de outros materiais de alojamento já começou em Punjab, e estamos nos preparando para fazer o mesmo em Sind;, completou.
A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou US$ 460 milhões ( R$ 816 milhões) em ajuda urgente para as vítimas. A ONU calcula o número de mortos em 1,6 mil ; o governo paquistanês confirmou 1.243 óbitos. ;Não se enganem, essa é uma imensa catástrofe. Apesar dos números serem relativamente baixos em comparação com outras grandes catástrofes naturais, o número de pessoas desabrigadas é extraordinariamente elevado;, destacou Holmes. ;Se não agirmos rapidamente, muitas pessoas podem morrer por doenças ou de fome;, advertiu.