A maioria dos muçulmanos em todo o mundo começou hoje (11/8) o mês sagrado do Ramadã, em condições difíceis devido ao calor sufocante e a alta nos preços em vários países.
"Este é o início do Ramadã mais difícil em muitos anos. Os preços dispararam, a eletricidade foi cortada, o tráfego é um problema e faz 42 graus" - uma queixa estampada na capa do jornal egípcio Al Gomhuriya.
O jejum, que é um dos cinco pilares do Islã, começou nesta quarta-feira no Egito, na Arábia Saudita, na Indonésia, nos Emirados Árabes Unidos, na Jordânia, na Síria e nos territórios palestinos, bem como no Marrocos, na Argélia, na Tunísia, na Líbia, no Afeganistão, na Malásia e em Cingapura.
Os xiitas do Irã e do Iraque começarão amanhã, assim como os indianos e os paquistaneses, que esperam que a lua marque o início do nono mês lunar islâmico antes de iniciar o jejum.
Durante o mês sagrado, os muçulmanos se abstêm de comer, beber, fumar e manter relações sexuais do amanhecer até o pôr do sol. O jejum é suavizdo com uma refeição diária, ;iftar;.
Este ano, o Ramadã será realizado neste mês, em condições particularmente rigorosas em muitos países por causa do calor do verão boreal e da longa duração do jejum.
No Egito, as autoridades decidiram implementar o horário de Inverno, para adiantar em uma hora o pôr do sol.
Nos Emirados Árabes Unidos, um decreto religioso autorizou os operários expostos ao calor a quebrar o jejum para não terem problemas de saúde.
Para combater o aumento dos preços dos alimentos, comum em muitos países muçulmanos durante o Ramadã, a Síria estabilizará os preços dos produtos básicos e o governo da Mauritânia anunciou "medidas urgentes".
No Egito, o governo garantiu que o preço do pão subsidiado, alimento básico de milhões de pessoas, não aumentaria, apesar da suspensão das exportações de trigo da Rússia.
O Ramadã, que comemora a revelação do Alcorão ao profeta Maomé pelo Arcanjo Gabriel, é um mês de ascese e espiritualidade.
Em Gaza, o movimento islâmico Hamas, que controla o território palestino, libertou 100 prisioneiros, inclusive alguns membros do movimento rival Fatah.
Nos Emirados, os não muçulmanos foram alertados para não comer ou beber em público. "Violar as virtudes do mês de jejum é um insulto aos muçulmanos e um ato criminoso punível por lei", afirmou o coronel Mohamed Nasser al Razuqi, da polícia de Dubai.