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Venezuela quer proibir banqueiros de serem donos de meios de comunicação

A Assembleia Nacional da Venezuela avaliará uma reforma da lei do sistema bancário, proposta pelo Executivo, que proíbe donos e diretores de meios de comunicação de ter participação acionária em instituições financeiras do país.

A reforma busca "inabilitar diretores e donos de instituições financeiras a serem ao mesmo tempo acionistas de meios de comunicação", explicou hoje (11/8) o vice-presidente Elias Jaua, depois de uma reunião com parlamentares, onde apresentou a proposta.

A iniciativa "é destinada a desmantelar essa perversa relação meios de comunicação-setor financeiro", declarou Jaua.

O governo se refere ao caso do Banco Federal, que será liquidado depois de ter sido fechado em junho passado pelas autoridades. O presidente da instituição, Nelson Mezerhane, é também um dos principais acionistas do canal Globovisión, o mais crítico ao governo venezuelano de Hugo Chávez.

Sobre Mezerhane, foragido da Justiça, pesa uma ordem de prisão por fraude.

Segundo Jaua, os diretores do Banco Federal enviavam mensagens por meio da Globovisión para "enganar os correntistas", induzindo-os a depositar odinheiro nessa instituição. "Queremos evitar que os correntistas, que são quase sete milhões de venezuelanos, sejam novas vítimas de uma relação como a do Banco Federal e a Globovisión", afirmou o vice-presidente.

A presidente da Assembleia Nacional, Cilia Flores, anunciou que o projeto de reforma será "aprovado com urgência parlamentar em primeira discussão" na sessão de amanhã para posteriormente ser reenviado à Comissão de Finanças, que o analisará para submetê-lo a uma segunda leitura.

A Assembleia, unicameral, é dominada pelo chavismo e existe apenas um pequeno grupo de opositores.

O Banco Federal foi fechado em 14 de junho passado pelo governo, que afirmou que essa instituição privada de tamanho médio atravessava uma séria crise econômica, agravada pela falta de liquidez.