Rússia voltou a revisar em baixa, em dez milhões de toneladas, a projeção de colheita de cereais, que será de 60 a 65 milhões de toneladas, ao invés dos 90 milhões habituais, em função da seca que afeta o país, indicou o primeiro-ministro Vladimir Putin.
"Segundo as últimas estimativas do Ministério da Agricultura, a colheita vai chegar a 65 milhões de toneladas, talvez 60 milhões" declarou Putin, citado por agências de notícias russas.
A Rússia, terceiro exportador mundial de trigo, anunciou na semana passada uma suspensão de suas exportações desse cereal e seus produtos derivados a partir de meados de agosto por causa da queda das colheitas.
As necessidade russas chegam a 78 milhões de toneladas. Putin indicou que as reservas do país - 9,5 milhões acumulados em um fundo de intervenção e 21 milhões de toneladas de excedente do ano passado - deveriam se alcançadas para compensar a baixa colheita desta temporada.
Quanto à suspensão das exportações, que fez disparar o preço do trigo a níveis recordes nos mercados dos Estados Unidos e Europa, Putin disse que era "inútil contar com uma suspensão rápida desta medida".
A decisão da Rússia de interromper suas exportações de cereais criou uma situação séria no mercado de trigo que, se assim continuar, poderá provocar problemas de segurança alimentar nos países pobres, segundo a Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO).