O novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ofereceu diálogo com as guerrilhas de seu país caso estas abandonem a violência e interrompam os sequestros, em seu discurso de posse neste sábado em Bogotá.
"Aos grupos armados ilegais que invocam razões políticas e hoje falam mais uma vez em diálogo, digo que meu governo estará aberto a qualquer conversa que busque a erradicação da violência e a construção de uma sociedade mais próspera, equitativa e justa", disse Santos.
O presidente afirmou que o eventual diálogo deve ocorrer "sobre as premissas inalteráveis da renúncia às armas, ao sequestro, à extorsão, ao narcotráfico e à intimidação".
Há uma semana, em um vídeo, Alfonso Cano, o chefe máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), pediu a Santos dar início a negociações de paz.
"Mas enquanto não libertarem os sequestrados, enquanto continuarem cometendo atos terroristas, enquanto não devolverem as crianças recrutadas à força, enquanto continuarem minando e contaminando os campos colombianos, continuaremos enfrentando todos os criminosos, sem exceção, com tudo o que estiver em nosso alcance", declarou.
Ele advertiu que o eventual diálogo não pode gerar "falsas esperanças" e muito menos "mais enganos" ou conduzir o país a "novas frustrações".
As Farc, com em torno de 8.000 combatentes armados, está há mais de 40 anos em conflito com o Estado colombiano, e realizaram um diálogo frustrado de paz durante o governo do presidente conservador Andrés Pastrana (1998-2002).
A Colômbia também combate a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), com em torno de 3.500 integrantes.
Apesar de Santos ter afirmado que em seu governo "a porta do diálogo não ficará fechada a chave", ordenou às Forças Armadas que "continuem dando resultados" na luta contra os grupos armados ilegais.
"Não descansaremos até que impere plenamente o Estado de Direito em todos os lugares de nossa pátria", prometeu, depois de advertir os guerrilheiros: "vocês sabem que somos eficazes".
Santos, como ministro da Defesa do governo do hoje ex-presidente Alvaro Uribe, promoveu os mais duros golpes militares contra as Farc.