O ar era irrespirável neste sábado (7/8) em Moscou, onde diversos moradores tentavam fugir de uma camada de fumaça provocada por incêndios cada vez mais numerosos na região da capital.
"Infelizmente, o número de incêndios duplicou na região de Moscou nas últimas 24 horas, por conta das pessoas que festejam com bombas perto das florestas", declarou Vladimir Stepanov, alto responsável do Ministério de Situações de Emergência.
Diante da amplitude do desastre, o vice-ministro de Situações de Emergência, Alexander Chuprian, anunciou que os bombeiros lutarão a partir deste sábado contra o fogo "24 horas por dia".
Mil bombeiros foram enviados à região da capital, onde o fogo causou uma camada de fumaça que cobria Moscou e reduzia fortemente a visibilidade.
A fumaça - facilmente visível nas imagens espaciais da Nasa - atingiu lares e escritórios da capital russa, e inclusive o metrô, um dos sistemas de transporte construídos à maior profundidade no mundo. Nas ruas, os motoristas eram obrigados a utilizar os faróis dianteiros em pleno dia, para ver através da fumaça.
Em Moscou, o nível de monóxido de carbono era 6,6 vezes mais elevado que o limite de alerta, anunciou um organismo de vigilância.
Aqueles que podiam, tentavam deixar a capital, dirigindo-se aos aeroportos, cujo funcionamento foi afetado pela fumaça.
"É infernal, todos os voos estão atrasados ou cancelados, há milhares de passageiros esperando em meio a um calor asfixiante e à fumaça, enquanto o ar condicionado não funciona mais", contou por telefone um passageiro, que esperava seu voo no aeroporto de Domodedovo, ao sul de Moscou.
A agência aeronáutica Rosaviatsia afirmou que dezenas de voos foram atrasados ou cancelados nos aeroportos de Domodedovo e de Vnukovo (ao sudoeste de Moscou).
Segundo os serviços meteorológicos russos, a fumaça não se dissipará antes da quarta-feira.
"A situação continua difícil no distrito de Kolomna, perto de Moscou, onde foi instalado um centro de alerta contra ataques com mísseis", disse um responsável das forças estratégicas, Alexei Zolotujin, citado pela agência Itar-Tass.
[SAIBAMAIS]Em torno de 7 mil militares combatiam os incêndios junto a dezenas de milhares de bombeiros. As autoridades confirmaram esta semana que duas bases militares incendiaram-se em 29 de julho na região de Moscou.
O Ministério de Situações de Emergência advertiu que os incêndios continuavam estendendo-se ao oeste do país, e que os meteorologistas não previam nenhuma melhora nos próximos dias quanto à onda de calor que afeta a Rússia há mais de um mês.