Centenas de camponeses ocuparam instalações da central hidrelétrica que a Queiroz Galvão construirá na Nicarágua, e mantêm sete empregados locais sob custódia, para exigir a presença de representantes da companhia brasileira, informaram as autoridades.
"São sete funcionários (retidos) que estão nos escritórios e que não poderão sair até que ocorra uma negociação" sobre o valor pago pelas propriedades que serão inundadas pela represa, disse o vice-presidente do Conselho Regional Autônomo do Atlântico Sul, Julio Pérez.
O funcionário estimou que cerca de 400 camponeses ocupam as instalações da Queiroz Galvão na comunidade de Apawas, 300km a sudeste da capital.
"Não há violência de nenhum lado (...) mas a decisão é mantê-los aqui até a chegada dos diretores (brasileiros) do projeto", revelou à AFP o líder do movimento, Juan Ramón Espinoza. "As pessoas não estão contentes com as ofertas por suas terras e a decisão é permanecer aqui até se obter um preço justo", disse.
A hidrelétrica de Tumarín, sobre o Rio Grande de Matagalpa, é um projeto de US$ 600 milhões a cargo da Queiroz Galvão e da subsidiária Central Hidrelétrica da Nicarágua.
As obras devem começar em outubro para a conclusão em quatro anos.