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Prefeito de Buenos Aires acusa Néstor Kirchner de armar contra ele

O prefeito direitista de Buenos Aires, o presidenciável Mauricio Macri, ex-titular do clube Boca Juniors, redobrou as acusações contra o ex-presidente Néstor Kirchner a quem responsabiliza por ter sido acionado pela justiça num escândalo de espionagem, por meio de escutas telefônicas.

A causa "representa uma clara manobra política de Néstor Kirchner, visando a nos desqualicar moralmente ante a sociedade porque somos uma proposta para o fim irremediável do ciclo dos Kirchner", disse Macri hoje (5/8) a correspondentes estrangeiros.

Macri qualificou de "vergonhosa" a sentença de um juiz de primeira instância, ratificado por outros três magistrados, condenando-o por violação de assuntos secretos, abuso de autoridade, falsificação de documentos públicos e formação de quadrilha, num processo sobre escutas telefônicas ilegais.

O chefe de governo da capital argentina é um dos maiores aspirantes da oposição a uma eventual candidatura presidencial para 2011.

A questão das escutas ilegais teve origem na denúncia de um dos prejudicados, o dirigente de uma associação de familiares de vítimas do ataque à mutual israelita AMIA de Buenos Aires, em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.

O escândalo obrigou a demissão dos dois primeiros chefes da nova polícia metropolitana organizada por Macri, punidos com prisão preventiva.

Um deles, Jorge Palacios, foi chefe da Unidade Antiterrorista da Polícia Federal, acusado de encobrir fatos durante a investigação do atentado à AMIA.