Um projeto de lei para instaurar, no Chile, o casamento entre homossexuais, foi apresentado hoje (3/8) no Congresso por dois senadores da oposição, seguindo uma iniciativa similar aprovada recentemente na Argentina.
"A nós interessa iniciar um caminho (...), o que estamos fazendo é aprofundar a democracia", disse o senador Fulvio Rossi, presidente do opositor Partido Socialista, um dos patrocinadores da iniciativa. "Estamos fazendo com que no Chile os direitos humanos que são fundamentais, como o direito a contrair matrimônio, não tenham a ver com condições externas, como a condição sexual", acrescentou o parlamentar.
A iniciativa também foi patrocinada pelo senador Guido Girardi, do Partido pela Democracia, aliado de socialistas na coalizão opositora de centro-esquerda.
O projeto de lei modifica o atual Código Civil Chileno, que entende o casamento como um "contrato solene entre um homem e uma mulher", e entrou no Parlamento chileno quase um mês depois de uma iniciativa similar ser aprovada na Argentina, onde na semana passada foram celebrados os primeiros casamentos gays, incluindo a união de dois chilenos residentes no país.
A iniciativa já provocou polêmica no Chile, país conservador com enorme influência da Igreja Católica.
O projeto não tem o apoio de toda a oposição e enfrenta divisões dentro do próprio PS, onde o deputado Osvaldo Andrade - que compete com Rossi pela presidência do partido - avaliou que a sociedade ainda "não está preparada" para se deparar com o tema.
A situação rejeitou o casamento homossexual e se mostrou favorável a apoiar as uniões civis, alinhada com a postura apresentada na campanha presidencial do chefe de Estado, Sebastián Piñera.