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Medvedev decreta estado de emergência por incêndios florestais na Rússia

O presidente russo Dmitri Medvedev decretou hoje (2/8) estado de emergência em sete regiões da Rússia em função dos incêndios florestais que deixaram 40 mortos no oeste do país, onde a onda de calor prossegue há um mês.

"Foi decretado estado de emergência para garantir a segurança anti-incêndio nas repúblicas de Mari El e Mordóvia e nas regiões de Vladimir, Voronesh, Moscou, Nishni-Novgorod e Riazan", indica o decreto presidencial.

O texto amplia a possibilidade de recorrer às Forças Armadas para lutar contra o fogo.

"Lembrem que cada fósforo jogado pode provocar um mal irreparável", disse Medvedev em declarações à televisão, nas quais mencionou uma "enorme tragédia" e prometeu construir novas casas para as 2 mil pessoas que perderam as residências "antes da chegada do frio".

A onda de calor do oeste russo não dá sinais de enfraquecimento. A temperatura chegou aos 36,8;C nesta segunda-feira à tarde em Moscou, e, segundo os serviços meteorológicos russos, poderá superar os 40;C até o fim da semana.

O primeiro-ministro russo Vladimir Putin convocou hoje, em Moscou, os governadores das regiões atingidas e ordenou que fossem iniciados os trabalhos de reconstrução dos povoados assolados pelas chamas. "Quero ouvir hoje (segunda-feira) como será organizada a reconstrução das casas. Quero planos de reconstrução para cada região, cada cidade, cada casa", exortou.

O registro de mortos aumentou para 40, de acordo com números fornecidos pelo Ministério da Saúde e Desenvolvimento Social. Cerca de 7 mil casas foram afetadas.

Na região de Lipetsk (500km ao sul de Moscou), 50 das 70 casas de um povoado foram destruídas pelas chamas, anunciou o ministro de Situações de Emergência, Serguei Choigou.

No entanto, as autoridades russas indicavam hoje pela manhã que a situação melhorava aos poucos. No domingo, 128 mil hectares estavam em chamas, mas as autoridades não divulgaram novos dados.

Moscou estava coberta por uma fumaça espessa devido aos incêndios que queimam as florestas que cercam a capital russa. O vento dissipou a fumaça depois.

A imprensa russa criticou as autoridades, acusando-as de terem administrado mal uma crise previsível pelas altas temperaturas que vinham sendo registradas há semanas.

O jornal econômico Vedomosti indicou "o quão mal preparada estava a Rússia" quando os incêndios começaram a se propagar, tendo em vista que "há semanas essa possibilidade era uma evidência".

"Para reduzir o risco de uma repetição de tais acontecimentos, é preciso elaborar no futuro programas federais e regionais para garantir a segurança contra os incêndios", ressaltou o primeiro-ministro.