O essencial das tropas americanas deixará o Iraque no fim do mês "como o prometido, e de acordo com as previsões", declarou hoje (2/8) o presidente Barack Obama, num momento em que o país volta a mergulhar na violência.
"Quando era candidato à presidência, jurei pôr fim à guerra no Iraque de maneira responsável. Pouco após assumir as funções, anunciei uma nova estratégia para o Iraque e uma transição total (do controle do país) aos iraquianos", informou Obama durante um congresso de ex-combatentes, portadores de lesões de guerra, em Atlanta (Geórgia, sudeste). "Fui claro em relação ao fato de que até o fim do mês de agosto de 2010, a missão de combate americana no Iraque estaria terminada. É exatamente o que estamos fazendo, como o prometido, de acordo com as previsões", insistiu o presidente.
O Iraque registrou em julho o mês mais mortífero em dois anos, com 535 mortos, entre eles 396 civis em episódios de violência, segundo as autoridades iraquianas. Esse número foi contestado pelo exército americano, que evocou "222 mortos e 782 feridos".
Além disso, os dirigentes políticos do país não conseguiram formar um governo, cinco meses após as eleições legislativas.
"Mês que vem, nossa missão militar vai evoluir do combate ao apoio e ao treinamento das forças iraquianas de segurança", disse Obama. Mas, ele admitiu que "essas tarefas são perigosas". "A verdade é que o sacrifício americano no Iraque não terminou", afirmou.
Obama, crítico da guerra no Iraque lançada em 2003 pelo predecessor George W. Bush, havia anunciado em 27 de fevereiro de 2009, logo após a posse como presidente, a retirada gradual das forças americanas do Iraque. Ele reforçou a presença do exército americano no Afeganistão, onde os efetivos triplicaram desde o início do mandato.
"Estamos confrontados a enormes dificuldades no Afeganistão. Mas é importante que os americanos saibam que realizamos progressos e que estamos concentrados nos objetivos bem definidos e acessíveis", estimou Obama.
No fim de agosto, o Iraque terá apenas 50 mil soldados americanos, contra 144 mil quando Obama assumiu as funções. De acordo com os termos do plano americano, os últimos elementos da força expedicionária terão deixado o Iraque no fim de dezembro de 2011.
"Um debate vigoroso da guerra no Iraque ocorreu no nosso país. Há patriotas que apoiaram" a invasão do Iraque, "e patriotas que se opuseram", ademitiu o presidente. "Mas não houve jamais divergências entre nós para apoiar os mais de um milhão de americanos de uniforme que serviram no Iraque", afirmou ele, jurando o que "cada um deles deve saber: nós cuidamos de vocês quando retornam".
Ele citou as ajudas aos ex-combatentes vítimas dos efeitos do "agente laranja" no Vietnã e da Síndrome da Guerra do Golfo, ou portadores de outras deficiências. Obama também encorajou os que sofrem de estresse pós-traumático a não deixarem de lado as terapias. "Não é um sinal de fraqueza, mas uma questão de pedir ajuda", afirmou.