CARACAS - O vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, liderou neste sábado (31/7) uma manifestação na cidade fronteiriça de Puerto Ayacucho para pedir paz com a Colômbia, e garantiu que seu governo combaterá "qualquer força irregular visando garantir a tranquilidade na fronteira".
"O presidente Hugo Chávez me pediu para vir até aqui para transmitir a vocês, aos povos da fronteira (...) a firme vontade do governo revolucionário de trabalhar pela paz de nossa pátria (...) e da irmã Colômbia", disse Jaua em um ato transmitido pela televisão estatal VTV.
Segundo Jaua, o governo Chávez "combaterá qualquer força irregular para garantir a paz na fronteira venezuelana". "Os fuzis do Exército da Venezuela não estão para disparar contra o povo colombiano, e sim para enfrentar o império americano (EUA)".
O vice-presidente dirigiu uma mensagem aos "irmãos da outra margem, aos irmãos colombianos", afirmando que há "um sentimento de solidariedade e carinho do governo de Hugo Chávez".
A manifestação, que contou com a participação de militantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder), ocorreu um dia após Chávez revelar que enviou "unidades militares" à fronteira com a Colômbia diante das "ameaças de guerra" do governo do presidente Alvaro Uribe.
A atual crise entre Venezuela e Colômbia explodiu na semana passada, quando Chávez rompeu relações com Bogotá devido à decisão de Uribe de denunciar na Organização dos Estados Americanos (OEA) a presença de mais de 1.500 guerrilheiros colombianos no território venezuelano.
Na véspera, ao anunciar a "mobilização de unidades militares" na fronteira com a Colômbia, Chávez afirmou que "Uribe é capaz de qualquer coisa nestes dias que lhe restam (de governo) e isto se tornou uma ameaça de guerra...".
Neste sábado, um porta-voz do governo em Bogotá garantiu que "a Colômbia jamais pensou em atacar o povo irmão da República Boliviariana da Venezuela, como afirma o presidente deste país em um claro engano para sua própria nação".
O assessor de imprensa da Casa de Nariño (sede do Executivo colombiano), César Velásquez, lembrou que "a Colômbia recorreu aos canais do Direito Internacional e continuará insistindo nesses mecanismos para que sejam adotados instrumentos que façam com que o governo venezuelano cumpra a obrigação de não abrigar terroristas colombianos".