NOVA ORLEANS - A petroleira BP se preparava neste sábado (31/7) para selar definitivamente seu poço avariado no Golfo do México, origem da pior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos.
Após o adiamento provocado pela tormenta tropical Bonnie, o diretor executivo da petroleira britânica, Bob Dudley, revelou que espera "liquidar" o poço com uma operação denominada "static kill", com a injeção de barro e cimento através do funil instalado em 15 de julho passado.
Na sexta-feira, Dudley previu que a operação deve ser concluída até a próxima terça.
O almirante Thad Allen, que lidera a supervisão do governo sobre a catástrofe ambiental, afirmou que é necessário algum tempo para que os engenheiros possam remover os escombros em torno do poço após a passagem de Bonnie, quando as operações foram suspensas.
O vice-presidente da BP, Kent Wells, destacou sua grande confiança no sucesso da operação "static kill".
O funil instalado há duas semanas não apresenta fissuras e "isto nos dá mais confiança sobre a integridade do poço", o que é um sinal positivo sobre o sucesso da operação, destacou Wells.
Além da operação "static kill", Wells afirmou que a BP concluirá o projeto de construção de um poço paralelo para impedir eventuais vazamentos.
De acordo com a BP, o segundo poço interceptará o fluxo ao poço danificado no prazo de dez dias, o que permitirá a realização de mais um processo de vedação do sistema, no final de agosto.
Em sua primeira viagem à zona do desastre após assumir o posto de Tony Hayward, antigo CEO de BP, Dudley destacou que a companhia se concentrará agora na recuperação a longo prazo da região afetada pela maré negra.
"Temos boas notícias (...) mas isto não significa que o trabalho terminou", disse Dudley a jornalistas no Mississippi, um dos estados afetados pela maré negra, junto à Louisiana, Alabama, Texas e Flórida.
"Estaremos aqui por anos", garantiu Dudley no momento em que a BP anuncia um fundo de 100 milhões de dólares para os trabalhadores desempregados devido à moratória sobre perfurações decretada pelo governo americano.
Segundo o executivo, em breve serão retiradas as barreiras protetoras da linha costeira e haverá uma redução das equipes de limpeza que agem nas praias, mas isto não representará uma saída da região.
O maior desastre ambiental dos Estados Unidos foi deflagrado no dia 20 de abril passado, com a explosão da plataforma ;Deepwater Horizon;, que deixou onze mortos.
Segundo estimativas, vazaram no Golfo do México entre 3 e 5,3 milhões de barris de petróleo.