Brasília ; O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, têm uma série de reuniões nesta quarta-feira (28/7) em Brasília. O tema que deverá dominar as conversas é a reintegração de Honduras à Organização dos Estados Americanos (OEA). O país foi suspenso do grupo desde a deposição do então presidente Manuel Zelaya do poder, em junho de 2009.
Como o Brasil, a Nicarágua impõe exigências ao governo do presidente de Honduras, Porfirio ;Pepe; Lobo, para que o país seja reintegrado à OEA. As exigência incluem a anistia a Zelaya, além de garantias de respeito às instituições e aos direitos humanos no país. Lobo tenta reconquistar a confiança da comunidade internacional, ao ressaltar que cumpre a maior parte do que é solicitado.
No último dia 21, o governo Lobo recebeu apoio para ser reintegrado à OEA de praticamente todos os países que fazem parte do Sistema de Integração Centro-Americano (Sica). Assinaram o documento pedindo o retorno de Honduras à OEA seis dos sete países do Sica (Guatemala, Belice, El Salvador, Costa Rica, Panamá e República Dominicana). Apenas a Nicarágua se recusou a ratificar a declaração.
Nos próximos dias, a comissão especial da OEA, que examina a situação política de Honduras, deve concluir um relatório e encaminhá-lo à secretaria-geral do órgão. Para a reintegração à OEA, o governo do presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo, deve obter 22, dos 33 votos dos integrantes da organização.
Para o Brasil e outros países latino-americanos, houve um golpe de Estado em Honduras porque um movimento, sem respaldo popular, retirou do poder um governante que foi eleito democraticamente. A interpretação gera polêmica porque opositores de Zelaya afirmam que ele pretendia mudar a Constituição para se beneficiar com o direito à reeleição, o que não é permitido pela legislação hondurenha.