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Venezuela exige que a Colômbia se retifique para solucionar conflito

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, exigiu hoje (27/7) do governo da Colômbia "uma retificação de fundo" para solucionar o conflito provocado pela denúncia de Bogotá sobre a presença de guerrilheiros colombianos na Venezuela.

"O governo do comandante Hugo Chávez acredita ser necessário que haja uma retificação de fundo do próximo governo da Colômbia na relação com a Venezuela", disse Maduro durante entrevista coletiva na residência presidencial de Olivos (periferia norte de Buenos Aires).

Apesar do enérgico pedido de retificação, Maduro considerou que "há sinais ideológicos distintos entre quem dirige e quem vai dirigir a Colômbia", em alusão ao presidente em fim de mandato, Alvaro Uribe, e ao eleito, Juan Manuel Santos, que assumirá em 7 de agosto.

"Como vocês sabem, tem havido e há vontade política para construir um novo tipo de relação, mas que se baseie no respeito absoluto das instituições e da sociedade venezuelana", afirmou.

Para Maduro, a Colômbia está "em tempo de reagir frente à mobilização de uma estratégia militar" dos Estados Unidos, em relação à presença americana em sete bases instaladas em território colombiano. "Quando nós damos esses elementos de denúncia e quando levantamos esta voz de alerta é porque aspiramos a uma América Latina unida e não ocupada militarmente por nenhuma potência", enfatizou o chanceler venezuelano.

Maduro falou com a imprensa ao lado do colega argentino, Héctor Timerman, após se reunir com a presidente Cristina Kirchner e com o marido dela e secretário-geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), Néstor Kirchner.

Na última quinta-feira, a Venezuela rompeu relações com a Colômbia, depois que o governo Uribe exibiu, perante a Organização de Estados Americanos (OEA), uma série de documentos que, ao critério do país, demonstravam a presença das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na Venezuela.

Timerman destacou que "o governo argentino contribuiu com o maior esforço para conquistar a paz na América Latina e favorecer os procesos de integração regionais".

"Com o conflito desatado entre repúblicas irmãs, a Argentina também vai fazer o máximo dos esforços para ajudar a que os dois países encontrem um caminho e uma possibilidade de diálogo para chegarem à paz", afirmou.

Os chanceleres da Unasul têm previsto um encontro na próxima quinta-feira, em Quito, para analisar a crise colombo-venezuelana.