Senadores e familiares de vítimas do atentado de Lockerbie exigiram hoje (26/7), em Nova York, toda a verdade sobre o papel da companhia de petróleo BP na libertação do líbio condenado na Escócia.
"Estamos pressionando muito para que haja transparência dos fatos", disse em entrevista à imprensa Kirsten Gillibrand, senadora democrata de Nova York. "Queremos saber se o que aconteceu foi parte de um acordo por petróleo", acrescentou.
Abdelaset al Megrahi, de 58 anos, libertado em 2009 pela justiça escocesa, era a única pessoa condenada pelo atentado com bomba contra um Boeing 747 da companhia aérea americana Pan Am em 1988 que explodiu sobre a cidade escocesa de Lockerbie e deixou 270 mortos, a maioria americanos.
O Senado dos Estados Unidos realizará uma audiência nesta semana presidida pelo senador Robert Menéndez (democrata, Nova Jersey), para investigar as condições da libertação de Megrahi sob a alegação de um presumível câncer terminal.
"Queremos saber que provas foram apresentadas de que estava para morrer", disse Gillibrand. No momento da libertação, há quase um ano, as autoridades britânicas asseguraram que só restavam a ele três meses de vida.
A BP é acusada de ter exercido pressões sobre a Escócia para conseguir a libertação de Megrahi, em troca de um contrato de exploração de hidrocarburetos em frente ao litoral da Líbia.
O caso Lockerbie voltou à opinião pública americana depois da imensa mancha de óleo causada pela explosão, no Golfo do México, em abril, de uma plataforma de petróleo explorada pelo grupo britânico BP.