O local para a realização da Love Parede em Duisburg (oeste da Alemanha), onde 19 pessoas morreram pisoteadas no sábado por causa de um pânico generalizado, só tinha permissão para receber 250.000 pessoas, informou na noite de domingo a revista Der Spiegel em sua edição digital, baseando-se em documentos administrativo.
O número de participantes autorizados foi limitado a 250.000 pela falta de condições para a intervenção dos bombeiros e pela falta de medidas de segurança adequdas, afirma a Spiegel Online, aludindo a um documento dirigido em 21 de julho de 2010 à empresa organizadora do festival de música techno, Lopavent.
[SAIBAMAIS]Segundo a revista, a polícia ignorou toda a documentação relativa à Love parde, incluindo as orgens de intervenção, relatórios e mapas que figuravam nos computadores dos funcionários encarregados do evento.
A Alemanha se encontra de luto e chocada pelas 19 pessoas que morreram no sábado. Além dos mortos, outras 340 pessoas ficaram feridas na festa, que reuniu 1,4 milhão de pessoas, segundo um novo registro divulgado no domingo pela polícia.
As autoridades seguiam investigando as causas do tumulto.
No momento, as principais questões estão centradas nas condições de segurança de um túnel de 200 metros de extensão e 30 de largura, que parecia ser o único acesso ao terreno de uma antiga estação de trens de carga, onde a festa foi realizada.
A polícia indicou que a confusão ocorreu dentro do túnel, mas uma autoridade da Prefeitura de Duisburgo disse que várias pessoas morreram em uma pequena escada lateral.
Os sobreviventes relataram cenas de terror.
"Vi pessoas mortas no túnel e outras pessoas vivas, mas inconscientes, espalhadas pelo chão. Algumas choravam", conta Anneke Kuypers, uma jovem neozelandesa de 18 anos que estuda na Bélgica.
A maior parte dos participantes não sabia nada do tumulto e continuou dançando. As autoridades também não divulgaram a notícia para evitar um novo movimento de pânico.
Por parte do governo, a chanceler alemã Angela Merkel disse no sábado que estava "atônita", e o recém-eleito presidente Christian Wulff disse: "Esta catástrofe, que causou mortes, pesar e dor em um festival pacífico com pessoas jovens de muitos países, é horrível".
A tristeza causada pela tragédia logo se transformou em indignação. As pessoas que foram à festa criticaram os organizadores por terem feito do túnel o único ponto de acesso para o festival.