O líder da organização Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQIM, na sigla em inglês) informou que seu grupo matou o refém francês Michel Germaneau, segundo uma gravação em áudio divulgada pela emissora de TV Al-Jazeera, este domingo, após o que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou "um conselho de defesa e segurança" para a segunda-feira..
"Anunciamos que executamos o refém francês chamado Michel Germaneau no sábado, 24 de julho, para vingar nossos seis irmãos mortos na covarde operação da França" junto às forças mauritanas contra uma unidade da Al-Qaeda, disse na gravação o líder da AQIM, Abu Mussab AbdelWadud.
A presidência francesa anunciou, por sua vez, que "não tem confirmação", por enquanto, da execução do refém francês de 78 anos, sequestrado no Níger em 19 de abril, mas o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou "um conselho de defesa e segurança" para esta segunda-feira, informou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa, sem fazer mais comentários.
No sábado, um funcionário francês da pasta da Defesa havia anunciado que militares franceses, junto com soldados mauritanos, participaram na quinta-feira, 22 de julho, de uma operação militar no deserto do Mali contra um grupo da AQIM, acreditando ter localizado o refém.
A operação, no entanto, acabou em fracasso. O engenheiro francês mantido refém pela AQIM não estava na base atacada pelos comandos franceses e pelas unidades mauritanas. Sete membros do grupo terrorista morreram na operação, enquanto outros quatro conseguiram escapar, informaram fontes mauritanas. Um primeiro balanço dava conta de seis mortos.
Entre vinte e trinta militares franceses participaram do ataque, segundo a fonte francesa.
Este domingo, no Mali, fontes dos serviços de segurança e de inteligência asseguraram à AFP que a incerteza reinava sobre a sorte do refém francês.
"As notícias sobre Germaneau não são boas", disse uma destas fontes. "Estamos muito preocupados, em um momento em que circulam boatos e informações sombrias sobre sua morte", acrescentou.
O ministério francês das Relações Exteriores declarou também, este domingo, que "desde o sequestro do nosso compatriota, os sequestradores, apesar dos esforços das autoridades francesas, rejeitaram todo o diálogo e não formularam nenhuma reivindicação precisa".
A última prova de vida do refém remonta a meados de maio, quando a AQIM divulgou uma gravação de áudio e uma foto dele, pedindo a intervenção do presidente francês, Nicolas Sarkozy, para libertá-lo.
A AQIM ameaçava executar Germaneau caso suas exigências não fossem cumpridas.
"Desde esta data não temos nem negociação, nem prova de vida, nem reivindicação, inclusive com a recusa de mediação médica", assegurou no sábado uma fonte francesa do ministério da Defesa.
A mesma organização terrorista, que opera em uma região desértica entre Mali, Níger, Mauritânia e Argélia, mantém reféns dois espanhóis: Albert Vilalta, de 35 anos, e Roque Pascual, de 50, que foram sequestrados no fim de novembro.
Germaneau, sequestrado em 19 de abril, no Níger, e foi levado em seguida para o Mali, era mantido refém por uma célula da AQIM chefiada pelo argelino Abdelhamid Abu Zeid, considerado um homem "violento e brutal", que já executou há 13 meses um refém britânico, Edwin Dyer, sequestrado seis meses antes.
Londres se negou a ceder às exigências da AQIM, que reivindicava que a Grã-Bretanha trabalhasse pela libertação de vários membros da organização, prisioneiros nos países do Sahel.
As mesmas exigências foram feitas pela AQIM para preservar a vida de Germaneau.
Mas, segundo Paris, os sequestradores não deram nenhuma informação sobre a identidade e o local de detenção dos prisioneiros que queriam ver libertados.