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Para Evo Morales, a Colômbia é 'um país fiel, servo obediente' dos EUA

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse este sábado (24/7) que a Colômbia parece "um país fiel, servo obediente" dos Estados Unidos, em meio a uma forte crise diplomática que levou ao rompimento de relações entre Caracas e Bogotá.

"Lamentavelmente, a Colômbia parece ser um país fiel, servo obediente do governo dos Estados Unidos", disse Morales depois que o governo de Álvaro Uribe denunciou, na OEA, que guerrilheiros colombianos se refugiam em território venezuelano, o que o presidente do país vizinho, Hugo Chávez, repudia.

Morales voltou a condenar o acordo entre Washington e Bogotá, que permite aos Estados Unidos utilizar bases militares colombianas, no âmbito do denominado Plano Colômbia de luta contra o narcotráfico e a guerrilha.

Com essa política, "o que fazem os Estados Unidos? Encher a Colômbia de bases militares. Agora, da Colômbia, provocam a Venezuela, acusam a Venezuela de estar cuidando dos terrorristas", afirmou, durante concentração pública numa região agrícola de La Paz.

[SAIBAMAIS]O chefe de Estado boliviano, aliado do presidente venezolano, Hugo Chávez, considerou, ainda, que o tema das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) "é um problema da Colômbia".

"Os colombianos (que) resolvam se têm algum problema com as guerrilhas. Este não é um problema da América Latina", sentenciou.

Diante do risco de uma guerra entre a Colômbia e a Venezuela, Morales instou a Unasul a convocar uma cúpula de presidentes para solucionar a situação.

"Nós, pela Constituição, somos um país pacifista. A Bolívia nunca vai provocar guerra com ninguém, mas se nos provocam, temos o direito de nos defender e também estamos nos preparando para isso", disse.

Morales afirmou que no caso colombiano, "o narcotráfico, o terrorismo é (sic) um pretexto para os Estados Unidos, que usa (sic) alguns presidentes - não povos -, alguns governos, com o fim de (...) controlar, mas o que querem controlar no fundo? Seus recursos naturais".

Caracas rompeu relações com Bogotá depois de o governo Uribe denunciar, na quinta-feira passada, perante a OEA, a suposta presença de guerrilheiros colombianos na Venezuela.