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Bogotá diz que Caracas precisa resolver questão da guerrilha

O governo colombiano insistiu nesta sexta-feira (23/7) na necessidade de que se resolva o "tema de fundo" com Caracas, que é a presença da guerrilha no território venezuelano, após a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países.

"Que fique muito claro: o que se requer é um instrumento ou um mecanismo específico para que se resolva o tema de fundo e haja cooperação eficaz na luta contra o terrorismo para desmantelar estes grupos totalmente", disse o chanceler Jaime Bermúdez em declaração lida para a imprensa.

Este é o primeiro pronunciamento do governo colombiano após a decisão do presidente venezuelano, Hugo Chávez, de romper as relações diplomáticas com a Colômbia.

Bermúdez destacou o fato de que Caracas ainda não respondeu ao pedido apresentado pela Colômbia na Organização dos Estados Americanos (OEA) para que uma missão do organismo viaje à Venezuela e verifique as denúncias sobre a presença de 1.500 rebeldes colombianos no território venezuelano.

"Não foi dada uma resposta ao tema de fundo, à denúncia concreta da Colômbia" sobre a presença da guerrilha. "A resposta da Venezuela foi romper as relações diplomáticas", disse o chanceler.

"Sempre mantivemos contato com o governo da Venezuela, sempre que foi necessário", lembrou Bermúdez, destacando que Bogotá aceitou a mediação de terceiros, como Espanha e Cuba. "A Colômbia aceitou e promoveu o esforço de facilitação do diálogo" liderado pelo presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, mas "isto foi negado pelo governo da Venezuela". "Tudo isto, a facilitação, a mediação, o diálogo direto, não deu frutos", e a "Colômbia recorreu às instâncias internacionais correspondentes".

Segundo Bogotá, a Venezuela abriga mais de 80 acampamentos da guerrilha, onde estão 1.500 guerrilheiros colombianos.