O desenvolvimento do cultivo da jatropha, uma planta selvagem originária da América Latina, poderá permitir a produção de combustível nas regiões semi-áridas dos países em desenvolvimento, considerou nesta quinta-feira (22/7) a Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
"A jatropha poderá se tornar uma cultura de alta rentabilidade, produtiva em solos degradados e salinos de regiões sujeitas a poucas precipitações", segundo o relatório divulgado pela FAO, com sede em Roma, junto com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida).
As sementes da jatropha podem ser transformadas para produzir biodiesel, que é menos poluente do que o diesel fóssil, e poderão abastecer famílias rurais pobres com eletricidade e combustível para cozinha.
Além disso, "os subprodutos (da cultura da jatropha) podem servir, entre outras coisas, para fabricar adubos ou ração para gado, e o óleo pode ter várias utilidades, como a fabricação de sabão e de pesticidas, além do uso medicinal", indica o relatório.
Para completar, as raízes do arbusto penetram profundamente no solo para encontrar água e as raízes superficiais contribuem para fortalecer o terreno, impedindo a erosão.
No entanto, o estudo da FAO e do Fida ressalta que "a jatropha ainda é essencialmente uma planta que deve ser desenvolvida".
O aproveitamento das sementes, a quantidade de óleo e a qualidade são extremamente variáveis: assim, o relatório pede apoio à pesquisa para que sejam obtidas melhores variedades e para o aumento da qualidade das sementes.
Em 2008, as plantações de jatropha chegavam a 900 mil hectares no mundo (760 mil na Ásia, 120 mil na África e 20 mil na América Latina), mas podem atingir 12,8 milhões de hectares até 2015.