O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, qualificou nesta quarta-feira de "ilegal" a guerra no Iraque, deflagrada em 2003 com a invasão liderada pelos Estados Unidos, durante a primeira intervenção na Câmara dos Comuns.
Clegg, que durante muito tempo rejeitou a guerra iraquiana, substituía o premier David Cameron na sessão semanal de perguntas dos legisladores ao primeiro-ministro, que atualmente visita os Estados Unidos.
Em debate com o trabalhista Jack Straw, que em 2003 era o chefe da diplomacia de Tony Blair, o atual vice-premier disse que "talvez, algum dia, o senhor deverá prestar contas do papel que teve na mais desastrosa de todas as decisões, a da invasão ilegal do Iraque".
O comentário causou surpresa, já que Cameron apoiou a guerra, assim como a maior parte do partido Conservador, que atualmente integra a coalizão governamental com os liberais-democratas de Clegg.
Um porta-voz de Downing Street explicou posteriormente que o vice-premier expressou um "ponto de vista pessoal" que já era conhecido há algum tempo.
David Cameron, que prossegue hoje a visita a Washington, sempre apoiou a presença das tropas britânicas no Iraque para apoiar a campanha militar dos Estados Unidos.
"O governo de coalizão não expressou o ponto de vista sobre a legalidade, ou não, do conflito iraquiano", destacou o porta-voz de Downing Street. "Mas isso não significa que os membros do governo não possam expressar os pontos de vista pessoais".