Brasília ; Ao lado da Igreja Católica, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Espanha, Miguel Angel Moratinos ; o principal responsável pelo acordo com Cuba para a libertação de presos políticos ; disse nesta quarta-feira (21/7) que aguarda a União Europeia mudar o tratamento em relação ao governo cubano. Moratinos afirmou ainda que espera o fim do embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba, desde 1962, a partir da liberação dos dissidentes.
As informações são da agência oficial de notícias da Argentina, a Telam. ;[A libertação dos dissidentes terá] consequências políticas;, afirmou o chanceler. ;[A medida] é um gesto humanitário;, completou. A reação de Moratinos ocorreu durante audiência pública do Congresso espanhol ao responder a uma pergunta da deputada socialista Elena Valenciano sobre as implicações da decisão do governo de Raúl Castro.
Nos últimos dias, o governo da Espanha e a Igreja Católica cubana negociaram a libertação de 52 dissidentes. Porém, a Anistia Internacional, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) deve se estender a todos os presos políticos mantidos em Cuba. Alguns dos dissidentes já deixaram Cuba rumo à Espanha. Pelo acordo, eles devem sair do território cubano.
Moratinos afirmou que a decisão do governo de Cuba, em libertar os dissidentes, não é "acidental", mas resultado de uma série de negociações em curso há, pelo menos, seis anos. Porém, para integrantes da União Europeia, a libertação dos presos políticos não representa mudança de posição de Cuba, mas apenas um acordo.
Alguns dos dissidentes que chegaram a Madri, na Espanha, reclamam que não há abertura política em Cuba nem sinalização de mudanças no atual regime.