O acidente na mina colombiana de San Fernando, que em junho passado matou 73 operários, ocorreu devido a uma explosão por combustão de metano, que provocou um incêndio com temperaturas de mil graus centígrados, segundo relatório divulgado pelo Ministério de Minas e Energia.
"A explosão foi causada pela combustão de metano, combinada com pó de carvão", acrescentou o documento, elaborado pelo comitê investigador composto por nove membros, um deles da mina, divulgado pela pasta nesta segunda-feira (19/7).
Segundo a análise, para ocorrer a explosão, as seguintes condições devem ter ocorrido: "concentração de metano entre 5% e 14%; acúmulo maior de 1mm de espessura de pó de carvão nas paredes; e um meio de ignição por faísca elétrica, chama aberta ou explosivos inseguros".
"Durante o evento, temperaturas superiores a 1.000 graus centígrados ocorreram em algumas áreas da mina, segundo análises de laboratório (...) com provas recolhidas no interior da mina", acrescentou o documento.
A maioria dos 73 mineiros mortos na noite de 16 de junho, quando ocorreu o acidente, ficou carbonizada e a identificação levou vários dias.
O relatório destacou que "a mina não conta com monitores contínuos de gases", e avaliou que a ventilação é "inadequada e insuficiente" e que "não há um estrito cumprimento de todas as regulamentações existentes e das boas práticas que a matéria de segurança aponta".
Para a reabetura da mina, o comitê recomendou "reforçar e racionalizar o sistema de ventilação existente, fazer detonações só com explosivos e meios de ignição de segurança e usar apenas motores protegidos contra explosões".
Esse é o segundo grande acidente da história dessa mina. Em 14 de julho de 1977, 86 trabalhadores morreram em um evento similar.
A mina San Fernando, uma das mais modernas do país, está situada nas montanhas do departamento de Antioquia (noroeste), distante 3 km de Amagá, cuja 60% da população de 27 mil habitantes retiram, direta ou indiretamente, o sustento das minas de carvão que proliferam na região.