A mobilização de 1,2 mil soldados adicionais da Guarda Nacional americana na fronteira com o México para lutar contra o narcotráfico e a imigração ilegal começará em 1; de agosto, anunciou nesta segunda-feira (19/7) a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano.
Em setembro "deveremos ter todos os nossos soldados já no território", onde permanecerão por um ano enquanto o governo de Barack Obama contrata novos agentes para a Patrulha Fronteiriça, informou o comandante da Guarda Nacional, general Craig McKinley, em coletiva de imprensa.
"Esses soldados darão apoio aos agentes federais que trabalham em áreas de alto risco para combater organizações criminosas que buscam introduzir pessoas e bens ilegais pela fronteira sul", disse Napolitano.
Os soldados atuarão estritamente sob ordens de segurança fronteiriça (CBP) e do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE), e não terão uma função direta na aplicação das leis, o que corresponde às autoridades civis, disse McKinley. Além disso, terão órdens de não confrontar, ao menos que sejam confrontados primeiro, disse o chefe da CBP, Alan Bersin.
O governo do México manifestou preocupação com a possibilidade de que os soldados sejam usados para aplicar leis migratórias e não combater o crime organizado.
A mobilização das tropas adicionais foi anunciada pelo governo Obama em maio, depois dos repetidos pedidos das autoridades dos estados fronteiriços com o México após o aumento da violência do narcotráfico no país vizinho.
Dos novos soldados, 524 serão mobilizados no Arizona, 250 no Texas, 224 na Califórnia, 72 no Novo México e os 130 restantes se dedicarão a trabalhos de comando e controle.
Essa nova iniciativa focará sobretudo no Arizona, e especialmente na área de Tucson, que é a preferida pelos traficantes para introduzir drogas e pessoas nos Estados Unidos, explicou o chefe do ICE, John Morton.
O Arizona está no centro da polêmica porque em 29 de julho começará a entrar em vigor em todo o estado uma lei que criminaliza a imigração ilegal como um delito estadual, legislação que foi impugnada judicialmente pelo governo federal.
A governadora do estado, Jan Brewer, alega que a lei responde ao aumento da criminalidade, produto do tráfico fronteiriço, e é necessádia diante da incapacidade do governo federal de fazer as leis imigratórias serem cumpridas.
Paralelamente à mobilização de soldados, serão colocados 300 agentes do ICE e serão enviados seis novos helicópteros à fronteira, informaram os funcionários.
Além disso, os Estados Unidos elevarão para 40 o número de agentes da ICE mantidos no México para colaborar com as contrapartes locais em investigações contra os cartéis da droga, cuja violência já custou cerca de 25 mil vidas desde o fim de 2006 em todo o território mexicano.