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Colômbia diz que cinco guerrilheiros do país estão na Venezuela

A Colômbia informou nesta quinta-feira (15/7) ter evidências da presença de cinco líderes de guerrilhas de esquerda na Venezuela, em uma última indicação de tensão entre os dois vizinhos sul-americanos.

Um comunicado emitido pelo gabinete do presidente colombiano, Álvaro Uribe, afirma que o governo tem "evidências da presença" na Venezuela de quatro líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e um do Exército de Libertação Nacional (ELN). Ambos os grupos têm promovido uma campanha armada contra o governo colombiano desde os anos 1960.

De acordo com o comunicado, os líderes seriam Ivan Marquez; Rodrigo Granda, conhecido como Ricardo; Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko; e Germán Briceño, conhecido como Grannobles (das Farc); assim como Carlos Marín Guarín, conhecido como Pablito (do ELN)", afirmou o texto.

Segundo a presidência colombiana, também estão na Venezuela "outros integrantes do grupo terrorista ELN".

Iván Márquez é membro do secretariado (comando central) das Farc, e em 2007 foi recebido em Caracas pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, quando ele, a pedido do homólogo colombiano Alvaro Uribe, mediava uma troca de reféns da guerrilha por rebeldes presos.

Rodrigo Granda, considerado o "chanceler" das Farc, foi libertado por Uribe em 2007 para facilitar essa tentativa de troca. Timoleón Jiménez também faz parte do secretariado das Farc e foi o encarregado de anunciar, em 2008, a morte por causas naturais do fundador, Manuel Marulanda "Tirofijo". Germán Briceño é o irmão do chefe militar das Farc, "Mono Jojoy".

A Colômbia afirmou anteriormente que países da região servem de abrigo para chefes esquerdistas das Farc, apesar de no comunicado a presidência colombiana não responsabilizar diretamente o governo de Chávez por essa situação.

Uribe advertiu Iván Márquez, indicando saber o lugar onde ele está. "Sabemos onde está Iván Márquez, que ele saiba que não somos tão ingênuos", afirmou o presidente colombiano há uma semana.

O comunicado da presidência foi divulgado a poucos dias da saída do poder de Uribe, em 7 de agosto, e em um momento em que seu sucessor, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, optou por um discurso de aproximação com o governo de Chávez, que foi convidado para sua posse, segundo sua chanceler designada, Maria Angela Holguín. Sobre esse convite, Uribe declarou-se preocupado.

As relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela foram "congeladas" em julho de 2009 por Caracas, depois do anúncio de um acordo de cooperação militar entre Bogotá e Washington que Chávez considerou uma ameaça para a segurança regional.