O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (14/7) que a felicidade que ele sentiu com a libertação dos presos políticos cubanos é comparável com o que sentiu quando, depois de preso pelo regime militar, foi solto em 1980. Lula também parabenizou os envolvidos nas negociações com o governo de Cuba que culminaram na libertação dos presos políticos.
;Fiquei tão feliz que os cubanos soltaram os presos como fiquei feliz quando fui solto da cadeia em maio de 1980. Deus queira que todos os países soltem os que são considerados presos políticos. E parabéns à Igreja Católica da Espanha, ao governo cubano e a todos que lutarem para liberar algum preso no mundo;, disse Lula a jornalistas após a reunião da 4; Cúpula Brasil-União Europeia.
Perguntado por que o Brasil não participou das negociações com o governo de Raúl Castro, Lula afirmou que o Brasil tem ajudado nesse tipo de libertação e citou um exemplo. ;Acabamos de fazer com que houvesse a libertação de uma francesa que estava presa em Teerã. No mesmo dia pedimos ao governo do Irã que levasse em conta a liberação de três americanos que estão presos lá, ou seja, sempre que pudermos, vamos pedindo;.
Lula disse ainda que essas negociações não podem ser feitas com ;pirotecnia;, sob o risco de prejudicar a libertação dos presos. ;Se a gente tentar fazer pirotecnia, a gente não libera e agrava a situação de cada uma das pessoas;.
O presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, também comentou a libertação dos cubanos. Ele afirmou que os países integrantes da União Europeia (UE) esperam que todos presos de consciência em Cuba sejam soltos. ;Gostaríamos que não houvesse país nenhum com presos políticos e temos sempre dito que isso é uma condição importante para nossas relações com Cuba;.
Um grupo de sete dissidentes cubanos com as respectivas famílias chegou ontem (13/7) à Espanha. Foram os primeiros de uma lista de 52 prisioneiros políticos que estão sendo libertados segundo acordo fechado na semana passada entre o governo cubano, a Igreja Católica e diplomatas espanhóis.
A Igreja Católica cubana informou que 20 dos 52 dissidentes aceitaram a oferta de exílio na Espanha. Segundo as autoridades, eles não são obrigados a ficar no país europeu e estão livres para ir aonde quiserem. Tanto o Chile como os Estados Unidos já ofereceram asilo aos dissidentes. Pelo menos três prisioneiros teriam dito à Igreja que preferiam permanecer em Cuba.