Especialistas poloneses conseguiram decifrar trechos até agora ininteligíveis das conversa na cabine do avião do presidente Lech Kaczyinsky que caiu em 10 de abril na Rússia, indicou nesta quarta-feira (14/7) o ministro da Justiça, Krzysztof Kwiatkowski.
O ministro não quis, no entanto, comentar uma informação do canal de televisão privado TVN24, segundo a qual o primeiro piloto do avião teria dito nos últimos instantes do voo: "se não aterrissar, vão me matar".
O Tupolev 154 que transportava o presidente Kaczynski e sua esposa, assim como altos dirigentes políticos e militares poloneses, caiu ao tentar aterrissar em meio a uma espessa neblina perto de Smolensk (oeste da Rússia), matando seus 96 ocupantes.
A transcrição das conversações procedentes de uma das caixas pretas do aparelho transmitida pela Rússia à Polônia, e publicada no início de junho pelas autoridades polonesas, pareceu confirmar que os pilotos haviam ignorado várias advertências.
Quando faltavam 16 minutos para o impacto em terra, os controladores da torre do aeroporto de Smolensk transmitiram: "as condições não permitem a aterrissagem".
"Obrigado, nós tentaremos aterrissar se for possível, mas se a meteorologia for ruim, nos retiraremos para uma segunda volta", teria respondido o primeiro piloto, Arkadiusz Protasiuk.
Segundo a transcrição publicada no site do ministério do Interior polonês, com inúmeras passagens marcadas como "incompreensível", o chefe da Força Aérea, o general Andrzej Blasik, se encontrava na cabine dois minutos antes do acidente, mas nada faz supor que tenha exercito uma pressão direta sobre os pilotos.
A delegação polonesa se dirigia às cerimônias pelo 70; aniversário do massacre de milhares de oficiais poloneses em Katyn pela policia soviética em 1940.