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Maioria dos ex-presos cubanos deve viver fora de Madri

A maioria dos sete ex-prisioneiros cubanos que chegaram nesta terça-feira (13/7) à Espanha deve viver fora de Madri, informou a presidente da Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados (CEAR), Maria Jesus Arzuaga.

"A maioria vai sair de Madri", declarou Arzuaga à Rádio Nacional da Espanha (RNE), acrescentando que a distribuição dos ex-presos e suas famílias será feita na quarta-feira junto de outras organizações humanitárias.

Essas organizações vão lhes proporcionar "um estatuto de proteção internacional", além de "dar-lhes alojamento, garantir sua alimentação, saúde, e, no caso das crianças, educação", detalhou.

Arzuaga informou que os ex-prisioneiros sofrem de "um tipo de deslocamento", porque "não planejaram o futuro, não sabem exatamente o que vão fazer", "o grau de incerteza deles é alto".

Mas, por outro lado, estão "cheios de vida, mesmo aqueles com uma condição física preocupante e com alguns problemas de saúde", estão "cheios de alegria por estarem com suas famílias", pela "possibilidade de iniciar um novo projeto de vida: ninguém ousou sonhar com isso, antes".

"Vamos ajudá-los a buscar a estabilidade". Eles já "têm uma vantagem, pois estão acompanhados de suas famílias, e este é um fator positivo que irá ajudar", mas "estão em um país estrangeiro, tendo de se adaptar e procurar novas formas de viver. Não será fácil, pelo menos nos primeiros meses".

Por fim, ela acrescentou que "a sociedade espanhola sempre se mostrou solidária com aqueles que necessitaram de proteção internacional e vamos contar com a solidariedade do povo espanhol".

Sete ex-presos políticos cubanos dos 52 que Raúl Castro prometeu libertar chegaram nesta terça-feira em Madri, depois de uma mediação entre a Igreja Católica e o governo espanhol com o regime cubano. Outros quatro são esperados entre quarta e quinta-feira.