O exército israelense admitiu, nesta segunda-feira (12/7), "erros em um nível relativamente superior", no planejamento e execução do ataque contra a frota humanitária para Gaza, que causou, no final de maio, nove mortos, segundo conclusões de sua própria investigação interna.
No entanto, a investigação do exército não mostrou negligências que pudessem justificar processos judiciais. "Foram cometidos erros no processo de decisão, inclusive em um nível relativamente superior, que contribuíram para um resultado que não havíamos desejado", explicou a jornalistas o general de reserva, Giora Eiland.
"Durante essa investigação, descobrimos que havia erros profissionais que dizem respeito à coleta de informações e ao processo de decisão", afirmou o general.
Eiland foi encarregado no mês passado de investigar o desenvolvimento da operação armada israelense, em 31 de maio passado, contra uma frota de ajuda internacional que tentava romper o bloqueio da Faixa de Gaza, e de tirar conclusões.
A comissão foi composta pelo general Eiland, outros dois generais de reserva, um coronel de reserva da marinha e uma alta personalidade do ministério da Defesa.
Os enfrentamentos deixaram nove militantes pró-palestinos turcos mortos, o que provocou protestos em todo o mundo.
Além da investigação do exército, uma "comissão pública independente" israelense, da qual formam parte dois observadores estrangeiros, trabalha sobre os aspectos jurídicos do caso, enquanto que auditor do Estado hebreu anunciou em 15 de julho a abertura de sua própria investigação.
Israel se negou enfaticamente à criação de uma comissão de investigação internacional.
Depois do incidente de 31 de maio, Israel aliviou o bloqueio contra Gaza, em vigor desde que o movimento islamita palestino Hamas assumiu o controle do território em junho de 2007.
O Estado hebreu se vê atualmente confrontado a uma nova tentativa de romper o bloqueio marítimo à Faixa de Gaza.
O cargueiro de ajuda fretado pela Fundação Kadhafi através de Seif Al-Islam, filho do número um líbio Muammar Kadhafi, entrou em águas internacionais ao longo da ilha grega de Creta e deve chegar quarta-feira a Gaza, informou a Fundação nesta segunda-feira. "A equipe da Fundação informou que mantinha o moral elevado e que se preparava para entrar em Gaza na quarta-feira", segundo o site desta organização de caridade, na internet.
O barco estava na metade do dia em águas internacionais a 100 km ao longo da ilha de Creta e continua a avançar para Gaza "a um ritmo constante", precisou a Fundação.
Israel emprega esforços diplomáticos intensos para que o Amalthéa, de bandeira moldávia, que deixou a Grécia na noite de sábado, desvie a rota para o Egito.