Brasília ; A Anistia Internacional, ligada à Organização das Nações Unidas, exigiu do governo do presidente de Cuba, Raúl Castro, que liberte todos os prisioneiros políticos detidos no país. A entidade elogiou a iniciativa de libertar 52 presos, mas reclamou que cinco deles ainda não tiveram os nomes divulgados. Segundo a Anistia Internacional, ainda restam 53 ;presos de consciência; em Cuba à espera de uma decisão sobre a libertação deles.
;Saudamos o compromisso de liberar os prisioneiros. Mas não há razão para que todos os 53 prisioneiros de consciência em Cuba não sejam libertados imediatamente;, afirmou a diretora do Programa das Américas da Anistia Internacional, Susan Lee, na página oficial da entidade. ;Em primeiro lugar, o governo deve cumprir agora a promessa de libertar imediatamente os prisioneiros que nunca deveriam ter sido condenados.;
Ontem (8), o dissidente Guillermo Fariñas, de 48 anos ; que fez greve de fome por 135 dias ; anunciou o fim do protesto. Segundo ele, o fim da greve de fome foi definido depois da decisão do governo de Cuba de libertar os presos políticos. A Anistia Internacional apelou ainda para o fim da ;perseguição e intimidação; de jornalistas independentes, ativistas de direitos humanos e dissidentes políticos.
De acordo com a Anistia Internacional, os presos foram detidos em 2003 durante um episódio que ficou conhecido como Primavera Negra. Na ocasião, houve 75 prisões. Deste total, 23 foram libertados. ;Esses homens foram presos, em 2003, simplesmente por expressarem pacificamente suas convicções políticas e devem ser libertados incondicionalmente agora;, afirmou Lee.
[SAIBAMAIS]A entidade reclamou da exclusão do advogado Rolando Jiménez Posada da lista de futuros libertados. Posada está preso há 12 anos. Ele foi condenado por "desacato à autoridade e [por] revelar segredos sobre a polícia de segurança do Estado". A Anistia Internacional pediu a libertação dele.
Para a Anistia Internacional, não está claro se os dissidentes terão direito de escolher entre permanecer em Cuba ou mudar para a Espanha. ;Não está claro se seria dado a essas pessoas a opção de permanecer em Cuba;, disse Lee. ;Forçá-los a deixar o país seria mais uma tentativa de suprimir a liberdade de expressão e de circulação em Cuba", afirmou ela.
O acordo para a libertação dos presos políticos foi negociado pela Igreja Católica de Cuba e o governo espanhol.