A polícia norueguesa prendeu ontem três homens vinculados à rede islâmica Al-Qaeda, acusados de prepararem uma ação. A diretora-geral da Polícia de Segurança Pública (PST), Janne Kristiansen, revelou que um dos presos é um norueguês de 39 anos e origem uigur (etnia muçulmana concentrada no noroeste da China). Os outros dois são um iraquiano de 37 anos e um uzbeque de 31 anos, ambos com permissão legal para morar na Noruega. ;Acreditamos que esse grupo tinha ligações com pessoas de outros países, que podem ser ligadas à Al-Qaeda, e com pessoas envolvidas em investigações em outros países, como Estados Unidos e Reino Unido;, disse a diretora. A PST não precisou se os suspeitos preparavam um atentado em território norueguês, mas esclareceu que dois deles foram detidos na Noruega e um na Alemanha, com ajuda da polícia alemã.
O iraquiano chegou em 1999 à Noruega e ganhou direito a residência por razões humanitárias. O uzbeque já tinha pedido asilo antes e hoje tem uma autorização de residência por reagrupamento familiar. Segundo Kristiansen, a captura foi apressada, porque o caso estava prestes a ser divulgado pela imprensa internacional. ;A exposição do caso, sem uma prisão prévia, poderia ter sido muito prejudicial para a investigação, com grande risco de destruição de provas;, explicou a policial. ;Não escolhemos este momento (para as prisões), mas acreditamos que temos um caso sólido.;
Os policiais acreditam que os suspeitos planejavam ataques com bombas potentes, sob coordenação de Salah Al-Somali, ex-líder da Al-Qaeda para operações externas. O promotor-geral, Jan Glent, afirma que os detidos mantêm vínculo com tentativas similares, como as desbaratadas em 2009, em Nova York, e em Manchester, no Reino Unido. Na quarta-feira, as autoridades americanas ligaram pela primeira vez esses dois planos, que seriam partes de um mesmo complô tramado pela Al-Qaeda. No mesmo dia, a justiça americana indiciou um dirigente da rede terrorista que conduziu, a partir do Paquistão, o complô frustrado do metrô nova-iorquino.