Brasília ; A Igreja Católica de Cuba divulgou nesta quinta-feira (8/7) os nomes de seis dissidentes políticos que serão transferidos dos presídios onde estão para prisões próximas aos locais onde têm parentes. A transferência ocorre no dia seguinte ao anúncio da libertação em etapas de 52 presos políticos. A pressão sobre Cuba aumentou nos últimos meses com a morte de Orlando Zapata e a ameaça de que o mesmo ocorra com o dissidente Guillermo Fariñas, em greve de fome há mais de 130 dias pela libertação de 25 presos políticos que estão doentes.
Um comunicado assinado pelo arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega, informa que os seguintes presos serão transferidos: Nelson Molinet Espino deixará Pinar del Rio e irá para Havana; Claro Altarriba Sánchez sairá de Camaguey para Santiago de Cuba; José Garcia Daniel Ferrer trocará Las Tunas por Santiago de Cuba; Marcelo Manuel Cano Rodriguez deixará Cienfuegos e seguirá para Havana; Juan Angel Moya Acosta sairá de Havana e irá para Matanzas, e Luis Enrique Ferrer García trocará Santiago de Cuba por Las Tunas.
A transferência de presos e a libertação foram negociadas por Ortega, pelo presidente cubano Raúl Castro e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, e de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla.
No total, as medidas atingem 52 pessoas, dos quais 47 foram presos em 2003. Na ocasião houve uma série de manifestações contra o governo de Cuba e detidos os contrários à gestão do então presidente Fidel Castro. Para a comunidade internacional, todos eles devem ser considerados presos políticos.
Em fevereiro, Orlando Zapata Tamayo, dissidente político e preso, morreu depois de uma longa greve de fome. O fato aumentou a pressão internacional sobre o governo de Raúl Castro.
A União Europeia sinalizou nesta quinta-feira que pretende rever a adesão ao bloqueio econômico a Cuba, depois da libertação dos 52 presos políticos. Em 13 de setembro deve haver uma reunião entre os representantes dos 27 países do bloco para a discussão do tema. Cuba está sob embargo, imposto pelos Estados Unidos, há 38 anos.