O presidente francês Nicolas Sarkozy denunciou nesta terça-feira (6/7) "a calúnia que só visa denegrir" depois das acusações de que sua campanha presidencial de 2007 recebeu financiamento ilegqal da herdeira do grupo L;Oréal através do atual ministro do Trabalho, Eric Woerth.
"Gostaria que o país se apaixonasse pelos grandes problemas atuais como a saúde, a organização da saúde, a aposentadoria, como criar crescimento, ao invés de embalar-se com o horror da calúnia, que só tem um objetivo, denegrir sem nenhum apoio na realidade", declarou Sarkozy em uma mesa redonda sobre medicina nas proximidades de Brie-Comte-Robert, sul de Paris.
O presidente francês lamentou que atualmente "há mais interesse pela pessoa que cria um escândalo do que pela pessoa que cura, que trabalha ou que constroi".
Sarkozy saiu dessa forma mais ou menos velada da agitação causada pelas declarações feitas na véspera pela ex-contadora da herdeira do império de cosméticos L;Oréal e terceira fortuna da França, Liliane Bettencourt, sobre um possível financiamento ilícito da campanha presidencial de 2007.
A ex-contadora, identificada como Claire T., disse ao site Mediapart que o o gestor da multimilionária, Patrice de Maistre, teria repassado 150.000 euros em efetivo para a campanha presidencial de Sarkozy.
Woerth, então tesoureiro da União do Movimento Popular (UMP, direita) e da campanha de Sarkozy, foi ministro de Orçamento de 2007 até março de 2010, quando assumiu a pasta do Trabalho.
Pessoas ligadas ao presidente Sarkozy e a Woerth desmentiram estas acusações. Eric Woerth também negou terminantemente ter recebido dinheiro ilegal de Bettencourt.
"Nunca recebi no plano político o mínimo euro que não fosse legal", afirmou Woerth na terça-feira.