A ex-contadora de Liliane Bettencourt, herdeira do império dos cosméticos L;Oréal, afirmou que a campanha eleitoral do presidente francês Nicolas Sarkozy recebeu uma doação ilegal de 150 mil euros em dinheiro, em declarações publicadas nesta terça-feira (6/7) em um site de notícias.
Pessoas ligadas a Sarkozy qualificaram imediatamente a acusação de "totalmente falsa". A nova alegação é mais uma para uma série de escândalos e polêmicas, que no domingo provocaram a renúncia de dois ministros.
A contadora, identificada como Claire T. pelo site de notícias Mediapart, afirma que o atual ministro do Trabalho, Eric Woerth, recebeu a quantia quando era tesoureiro do partido UMP (direita, no poder) para financiar a campanha de Sarkozy em 2007.
Na entrevista, Claire T. também afirma que Sarkozy, quando era prefeito de de Neuilly-sur-Seine, um dos municipios mais ricos da França, ao oeste de Paris, de 1983 a 2002, era "um convidado habitual" da mesa dos Bettencourt e "também recebia sua parte".
"É totalmente falso", respondeu uma pessoa ligada a Sarkozy, entrevistada pela AFP. "Tudo isto é falso", declarou o porta-voz do ministério do Trabalho.
Woerth está no centro de uma polêmica por ter sido ministro do Orçamento entre 2007 e 2010, período em que sua esposa administrava parte da fortuna de Liliane Bettencourt, a mulher mais rica da França, suspeita de fraude fiscal.
Claire T. trabalhou para a herdeira da L;Oreal durante 12 anos, até novembro de 2008.