Apesar do medo da violência por parte dos narcotraficantes, cerca de 31 milhões de mexicanos lotaram as seções eleitorais para escolher 12 governadores e mais de mil prefeitos e deputados, em 14 estados. A coragem dos cidadãos, porém, não bastou para impedir pelo menos sete assassinatos, além de tentativas de fraude e enfrentamentos armados em todo país. O resultado das eleições determinará o nível de aprovação do presidente Felipe Calderón, que lançou em 2006 uma ofensiva militar contra os cartéis, com saldo de 22,7 mil mortos.
A votação começou em clima desolador no estado de Chihuahua, na fronteira com os EUA, onde quatro cadáveres foram pendurados em pontes da capital regional. Durante o dia, representantes do Partido Revolucionário Institucional (PRI, maior força de oposição) e do Partido Ação Nacional (PAN, governista) acusaram-se mutuamente de transportar e intimidar eleitores em Ciudad Juárez, uma das cidades mais violentas do mundo. No fim da tarde, Trinidad Pacheco Díaz, irmão do candidato do PAN a uma prefeitura no interior do estado, foi emboscado e morto a tiros.
Em Sinaloa, onde há forte disputa entre os cartéis pela exportação de cocaína para os EUA, um helicóptero do governo estadual que ajudava no transporte de cédulas eleitorais caiu. As autoridades informaram que o piloto sofreu ferimentos leves e que o material eleitoral pôde ser entregue a tempo.
Egidio Torre Cantú, candidato do PRI no estado de Tamaulipas e irmão de Rodolfo Torre, ex-candidato assassinado, votou sob forte dispositivo de segurança da Polícia Federal e vestindo colete à prova de balas. Os estados de Chihuahua, Sinaloa, Tamaulipas e Durango concentram 69% dos 5.287 homicídios cometidos em 2010 no México, sendo 60% atribuído ao narcotráfico.
Em Baixa Califórnia, um grupo armado roubou uma urna da cidade de Vicente Guerrero. A polícia teve de suspender a votação enquanto o Conselho Geral do Instituto Eleitoral providenciava uma nova urna, deixando vários eleitores esperando na fila. Em Hidalgo, antes do início da votação, o diretor e o subdiretor da polícia morreram em uma emboscada do crime organizado. Segundo a polícia, eles atendiam ao chamado de uma cidadã e foram cercados por um grupo armado.
Farpas partidárias
Em Pachuca, capital do estado de Hidalgo governada pelo PRI, a polícia invadiu a sede da campanha de Xochtl Gávez, candidata de uma coalizão entre o Partido de Ação Nacional (PAN), de Calderón, e a esquerda, e prendeu 12 colaboradores. ;É uma demonstração de como estão utilizando a força estatal;, protestou Jesús Zambrano, coordenador da campanha de Gávez. O PAN também denunciou uma incursão policial, na noite de sábado,à casa de Miguel Angel Yunes, candidato ao governo de Veracruz, com intenção de prender seus seguranças. ;Foi uma provocação orquestrada pelo governo de Veracruz (liderado por Fidel Herrera, do PRI);, acusou Germán Ortega, secretário-geral do PAN naquele estado. Já o candidato a governador de Zacatecas pelo PAN, Cuauhtémoc Calderón Galván, garantiu ter registro de cédulas falsas na cidade de Lázaro Cárdenas, onde vota a atual governadora, Amalia García Medina, do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD).
ALEX MATOU 11
; A passagem do furacão Alex pelo México deixou um saldo de 11 mortos e 210 mil pessoas sem fornecimento de água potável, informaram ontem as autoridades do estado de Nuevo León, no norte do país, o mais afetado pelo fenômeno. Responsáveis pelo serviço de água na região metropolitana de Monterrey, capital de Nuevo León, mobilizaram mais de 2 mil funcionários e 400 veículos para atender às necessidades imediatas e trabalhar nos reparos. Alex atingiu o estado na quinta-feira, como furacão de categoria 1, a mais fraca da escala Saffir-Simpson, e seguiu sua trajetória como tempestade tropical.