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Chávez: justiça buscará donos de TV 'até os confins da terra'

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu nesta sexta-feira (2/7) que a justiça buscará "até os confins da terra" os donos "criminosos" da rede de televisão Globovisión, incluindo o presidente do Banco Federal, que sofreu recentemente uma intervenção do governo.

"Há os que não dão a cara e fogem. Não dão a cara aos economistas, aos sócios. Estou falando do Banco Federal, com seus donos fugindo, escondidos. Levaram o dinheiro. Mas claro que a justiça os buscará até os confins da terra", advertiu Chávez em um discurso.

O presidente do Banco Federal, Nelson Mezerhane, sobre quem pesa uma ordem de prisão, "se foi com (...) o total das economias colocadas em seu banco", acrescentou o presidente sobre o empresário, que também é acionista da Globovisión, uma televisão críticaa ao governo.

"E o outro é o presidente da Globovisión (Guillermo Zuloaga), fugindo também. Outro criminoso, cujo maior crime não é precisamente monopolizar meios de comunicação. Essa é a ponta do iceberg, que leva a empresas de fachada, documentos forjados", continuou Chávez.

Além disso, o presidente disse que o governo está "pensando" em criar uma lei "que proíba que um banqueiro possa ser dono de redes de televisão, porque começam a utilizar seus canais para enganar as pessoas com campanhas dizendo a elas ;venham, venham depositar;, e depois levam o dinheiro".

O Banco Federal recebeu na metade de junho uma intervenção do governo, que informou que a instituição atravessava uma séria crise agravada por uma importante falta de liquidez.

Por sua vez, Zuloaga, que é presidente da Globovisión, é procurado pela justiça local por suposta "usura" e formação de quadrilha.

"Esperamos que nos ajudem para que possam ser presos, porque às vezes há países que os protegem", acrescentou Chávez, referindo-se à solicitação feita pela justiça venezuelana à Interpol para a captura de Mezerhane e Zuloaga.

Ambos os empresários garantem que as acusações contra eles respondem a "pressões" políticas por parte do governo por causa da linha editorial da Globovisión.