A porta da Otan continua abert para a Ucrânia, afirmou nesta sexta-feira (2/7), em Kiev, a secretária de Estado americana Hillary Clinton, apesar de o governo ucraniano ter abandonado o projeto de aderir à Aliança Atlântica.
"A Ucrânia é um país soberano e independente, que tem o direito de escolher suas alianças, e a porta da Otan continua aberta", afirmou Clinton no encontro com seu colega ucraniano, Kostiantin Grischenko.
O Parlamento ucraniano adotou na noite de quinta-feira a lei que permite impedir a adesão desta ex-república soviética à Otan e confirma seu estatuto de país "não alinhado".
A medida foi apresentada por iniciativa do novo presidente ucraniano, Víktor Yanukovich, que desde sua eleição, em fevereiro passado, aplica uma política de reaproximação com a Rússia.
O projeto foi aprovado por 259 dos 450 deputados.
A lei estabelece os "principios básicos" da política nacional, especialmente "a manutenção de uma política de não alinhamento pela Ucrânia, o que implica a não participação em alianças político-militares", incluindo a Otan.
A lei prevê "uma colaboração construtiva com a Otan", mas sem adesão.
Yanukovich é favorável à entrada da Ucrânia na União Europeia, "objetivo" mencionado na nova lei como uma prioridade de Kiev.
Hillary Clinton chegou nesta sexta-feira à Ucrânia, primeira etapa de uma viagem que a levará à Polônia e ao Cáucaso.
Esta é a primeira visita de Hillary a Kiev desde a eleição, em fevereiro passado, do presidente Viktor Yanukovich.
Hillary Clinton deve abordar, especialmente, a questão dos direitos humanos e das liberdades fundamentais durante sua breve visita à Ucrânia, em um momento de preocupação com a censura aos meios de comunicação.
A secretária de Estado conversará com Yanukovich, com o chanceler Konstantin Grichenko, e com a líder da oposição Yulia Timochenko.
Na manhã de sábado, Hillary Clinton voará para Cracóvia (Polônia), antes de terminar sua viagem no Cáucaso, com etapas em Baku, Erevan e Tiblisi, para regressar a Washington na terça-feira.