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Juíza mantém casal de supostos espiões russos presos nos EUA

Uma juíza federal de Boston (Massachusetts) decidiu nesta quinta-feira (1;) manter presos dois dos supostos espiões acusados nos Estados Unidos de serem agentes secretos russos.

O casal Donald Heathfield e Tracey Foley tinham sido detidos no domingo passado em Boston, acusados de fazer parte de uma rede de 11 espiões que durante anos enviaram clandestinamente informação a Moscou.

O FBI investigou durante anos os indivíduos, alguns deles instalados há três décadas nos Estados Unidos e acusados de se infiltrar nos círculos políticos para posteriormente enviar informações a Moscou.

Dez deles foram detidos, enquanto Christopher Robert Metsos, 54 anos, escapou das autoridades em Chipre, onde o suspeito não se apresentou a uma convocação judicial depois de ser libertado sob fiança.

Provavelmente porque nunca enviaram informação confidencial, nenhum dos 11 suspeitos foi acusado até o momento de espionagem propriamente dita, passível de prisão perpétua.

Todos foram acusados de trabalhar como agentes para um governo estrangeiro, acusação cuja pena máxima é de cinco anos de prisão, e lavagem de dinheiro, por conta do salário clandestino que recebiam (pena de no máximo 20 anos).

Heathfield e Foley, supostamente canadenses, apresentaram-se em Boston diante da juíza federal Jennifer Boal, que decidiu mantê-los detidos ao menos até 16 de julho, quando será examinada uma eventual libertação sob fiança.

Por outro lado, a juíza convocou nesta quinta-feira uma audiência a portas fechadas no tribunal de Boston com a presença de Heathfield e Foley junto a seus advogados, para examinar a situação dos filhos do casal.

Paralelamente, estavam previstas nesta quinta-feira audiências semelhantes em Alexandria (Virgínia) e em Nova York para determinar o futuro dos outros sete supostos espiões.

Michael Zottoli, Patricia Mills e Mikha;l Semenko, comparecerão diante de um juiz em Alexandria, enquanto em Nova York comparecerão Richard e Cynthia Murphy, Juan Lázaro, nascido no Uruguai, e a jornalista peruana Vicky Peláez.

Repórter e colunista do jornal hispânico de Nova York La Prensa, Peláez, 55 anos, casada com Lázaro, tinha sido jornalista no Peru antes de se exilar nos Estados Unidos há mais de 20 anos. Eles têm um filho de 17 anos.

Um grupo de simpatizantes e familiares de Peláez anunciou que fará uma manifestação nesta quinta-feira em frente ao tribunal como forma de rejeitar a detenção da jornalista.

A empresária russa Anna Chapman, 28 anos, compareceu na segunda-feira passada diante de um juiz em Nova York que rejeitou libertá-la sob fiança.

A decisão dos respectivos juízes sobre a libertação sob fiança dos suspeitos poderá ser afetada pela fuga de Metsos no Chipre.

Vários especialistas consideram o caso dos supostos espiões como um vestígio da antiga burocracia soviética e de métodos de espionagem da KGB durante a Guerra Fria que sobreviveram à queda da União Soviética.