O novo comandante-chefe das forças internacionais no Afeganistão, o general David Petraeus, afirmou nesta quinta-feira (1;/7) que manterá a ordem de evitar ao máximo as perdas civis, mas que ficará alerta para que essa determinação não seja aplicada em detrimento da segurança dos militares.
Segundo ele, não haverá revisão das regras para as tropas. ;Creio que são boas, apesar de que vamos verificar se estão sendo aplicadas corretamente", declarou o general americano na sede da Otan, em Bruxelas, um dia depois de o Senado dos Estados Unidos tê-lo confirmado como máximo dirigente militar no Afeganistão.
"Devemos fazer tudo que for possível para proteger a população e reduzir as perdas entre civis inocentes", insistiu Petraeus, desmentindo rumores sobre uma mudança de doutrina que permitiria às tropas da Otan abrir fogo em qualquer circunstância para defender-se em caso de ataque.
Frente à 119 mil militares
Petraeus fez escala em Bruxelas, onde foi recebido pelos 28 representantes dos países membros da Otan e também pelos outros dos 18 países da Isaf, poucos dias antes de embarcar até o país asiático, onde se colocará à frente de 119 mil militares estrangeiros.
[SAIBAMAIS]Ele ainda elogiou o fato de que nas últimas doze semanas, o número de civis mortos nestas circunstâncias caiu pela metade comparado ao mesmo período do ano passado. Contudo, destacou que os militares "têm expressado preocupação sobre o procedimento", que "teria se convertido em pura burocracia" na hora de solicitar o apoio da artilharia aérea durante confrontos de tropas com os talibãs. "É imperativo garantir que nossos soldados estejam sendo apoiados por todos os meios quando estiverem em uma situação difícil", prosseguiu o general.
"O comando da Isaf tem experiência suficiente para responder a estes imperativos: reduzir as perdas civis e proteger nossos soldados", acrescentou Petraeus na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
No entanto, a segunda tarefa não será fácil: 102 militares da Otan morreram em junho no Afeganistão, representando o mês mais letal desde o começo da ofensiva para derrubar os talibãs do poder em dezembro de 2001.
As perdas são comparáveis às sofridas pelas forças internacionais nos piores momentos da Guerra do Iraque, em 2007, onde foi usada exatamente a estratégia do general Petraeus.