O julgamento de um fotógrafo para quem a dona da L;Oreal, Liliane Bettencourt, a mulher mais rica da França, doou um bilhão de euros, vai começar na quinta-feira, acrescentando mais um capítulo a uma novela em que um ministro do presidente Nicolas Sarkozy estaria envolvido em operações de sonegação fiscal da multimilinária.
A filha de Liliane, Françoise Bettencourt-Meyers, acusa o fotógrafo François-Marie Banier de ter aproveitado de uma suposta perda de faculdades de sua mãe, de 87 anos, para obter as doações em questão.
Bettencourt, 87 anos, nega ter se deixado manipular pelo fotógrafo de 63 anos, a quem considera um "artista genial e cheio de ideias".
Por outro lado, vários jornais franceses voltaram a mencionar a difícil situação em que se encontra o ministro do Trabalho, Eric Woerth, considerado peça-chave do governo por estar encarregado de realizar a reforma do sistema de aposentadorias, uma das mais polêmicas implementadas pelo presidente Sarkozy.
O nome de sua esposa, Florence Woerth, apareceu em gravações clandestinas entre Bettencourt e seus assesores, que reveleram operações financeiras para a herdeira da L;Oreal sonegar impostos.
O nome de Woerth igualmente aparece nas escutas, que deixam entender que ele estaria consciente das operações, a ponto de uma parte da fortuna de Bettencourt ser administrada, desde 2007, pela sua esposa.
Eric Woerth também foi ministro do Orçamento entre 2007 e 2010 e condecorou em 2007 o gestor da fortuna de Bettencourt.
"Woerth conseguirá manter-se no poder?", questiona a manchete do jornal Libération, enquanto que a ex-candidata à presidência, derrotada pelo atual presidente em 2007, Segol;ne Royal, afirmou que o ministro devreia ser suspenso e investigado, além de acusar que "o sistema Sarkozy é corrupto".