O Vaticano poderá ser responsabilizado civilmente por atos cometidos por um sacerdote acusado de pedofilia, após decisão desta segunda-feira (28/6) da Corte Suprema americana de não se pronunciar sobre a imunidade da Santa Sé.
A recusa da mais alta instância judiciária dos Estados Unidos de se encarregar do dossiê não significa, no entanto, que o papa vá ser convocado para depor ante a justiça americana.
De fato, ao não se pronunciar, a Corte Suprema confirma a decisão de um tribunal de alçada de levantar a imunidade da Santa Sé no caso de um padre pedófilo de Oregon (nordeste dos Estados Unidos).
A recusa dos nove magistrados a se pronunciar nesta segunda-feira significa que a decisão do tribunal de alçada torna-se definitiva. Com isto, a justiça americana terá jurisprudência para examinar a qualidade de "empregador" do Vaticano em relação ao padre em questão.
Para Jeffrey Lena, o advogado americano do Vaticano ouvido pela AFP, "teremos como principal argumento o fato de a Santa Sé não poder ser considerada ;empregador", explicou.
Na origem do caso está uma vítima, que mantém anonimato, e que teria sofrido agressões sexuais , em 1965, por parte de Andrew Ronan, um padre irlandês de Portland, Oregon, que já havia cometidos atos semelhantes na Irlanda e, depois, em Chicago.
A vítima acusa o Vaticano de não expulsar o sacerdote ou, pelo menos, tê-lo castigado e afastado de suas funções.