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Quase cem soldados da Otan mortos em junho no Afeganistão

O número de baixas militares estrangeiras no Afeganistão ronda os cem, num momento em que o chefe da CIA admitiu que a guerra contra os talibãs é mais dura e mais longa que o previsto.

Segundo o ministério da Defesa britânico, um soldado morreu no domingo em um tiroteio na convulsionada província de Helmand (sul), o que eleva para 99 o número de militares da Otan mortos este mês, segundo uma contagem da AFP.

Nesse mesmo dia, morreram quatro soldados noruegueses na explosão de uma bomba na passagem de seu veículo no norte da província de Faryab.

O balanço de baixas no correr deste ano é de 319 frente às 520 de todo 2009.

Segundo a Otan, o aumento do número de mortos se deve ao fato de que as tropas estão combatendo os talibãs em novas zonas e que os insurgentes utilizam bombas de fabricação caseira, baratas e fáceis de usar.

Oito civis, entre eles mulheres e crianças, também perderam a vida nesta segunda, quando uma bomba explodiu na passagem de um furgão na província central de Ghazni.

Em entrevista a um canal de tv americano no domingo, o diretor da CIA, Leon Panetta, afirmou que os Estados Unidos avançam no Afeganistão, mas a guerra, que completa nove anos, tem sido "mais dura e mais lenta que o previsto".

"A guerra no Afeganistão foi uma luta muito dura. Estamos conseguindo avanços. Mas é mais dura e lenta que o previsto", disse o chefe da Agência Central de Inteligência (CIA), entrevistado ao vivo pela emissora americana ABC.

O funcionário defendeu a estratégia do presidente Barack Obama, cuja decisão de enviar, a partir de dezembro passado, 30 mil militares adicionais e alcançar, em agosto deste ano, 150 mil homens no Afeganistão enfrenta questionamentos.

Nomeado à frente da Central de Inteligência sob o governo Obama no ano passado, Panetta insistiu em que "a questão fundamental é se os afegãos aceitam a responsabilidade" do combate à insurgência uma vez que as forças estrangeiras deixarem seu país.

"Se puderem fazer isto, então acho que poderemos conseguir o tipo de progresso e de estabilidade que o presidente pretende", enfatizou, mostrando-se otimista sobre as possibilidades de finalmente encontrar o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden.

"Se mantivermos a pressão, acho que finalmente poderemos obrigá-lo a sair" de seu esconderijo nas regiões montanhosas da fronteira com o Paquistão e capturá-lo, disse.

No entanto, reconheceu que os serviços secretos americanos carecem de informações precisas sobre a sua localização desde que ele reivindicou os atentados de 11 de setembro de 2001 contra Washington e Nova York, o que derivou na ocupação do Afeganistão, onde supostamente o líder terrorista se escondia.