Nicolas Cocaign, o homem que matou um colega de cela e comeu parte do pulmão com cebolas, foi condenado ontem a 30 anos de prisão pelos crimes de assassinato, tortura e brutalidade. Ele terá de cumprir pelo menos 20 anos antes de solicitar sua liberdade. O tribunal de Rouen (oeste da França) rejeitou as alegações da defesa de que o réu devia ser declarado criminalmente insano ; o que o livraria de cumprir a pena na cadeia. Durante os quatro dias de julgamento, o ;canibal de Rouen; contou detalhes de como abriu o peito de Thierry Baudry usando tesouras e arrancou o que pensava ser o coração da vítima, em 2007.
;Ele o matou porque ele é louco, completamente louco;, argumentou o advogado Fabien Picchiottino, dirigindo-se à mãe de Baudry. O trabalho da defesa durou 45 minutos e incluiu algumas palavras à mãe da vítima. ;Senhora Baudry, ele matou seu filho porque ele é louco. O que ele fez me horroriza;, disse, ao defender a imputabilidade do canibal e sua internação em um hospital psiquiátrico.
Segundo a emissora britânica BBC, a promotora Elizabeth Pelsez retrucou: ;Um homem que mergulha no horror não é necessariamente afligido pela loucura;. Ela admitiu não ter pedido a imposição da prisão perpétua ; a pena máxima na França ; porque especialistas haviam dito que o réu é mentalmente ;instável;. As deliberações da acusação duraram pelo menos uma hora e ocorreram na manhã de ontem. Elizabeth pediu ao júri que considerasse os fatos e evitasse uma reincidência. ;O lugar de Cocaign é na prisão, mas ele deve ser tratado;, afirmou.
O próprio Cocaign contou ao juiz que os guardas penitenciários ignoraram seus apelos por ajuda psicológica, antes de o crime ocorrer. ;Ninguém estava me escutando. Eu fiz vários pedidos por ajuda, dizendo que eu era um homem capaz de ser perigoso. Cometi o ato e, então, me levaram a sério;, afirmou o canibal. Antes de os jurados se retirarem para deliberar sobre o veredicto, o acusado tomou a palavra pela última vez. ;Quero pedir desculpas à família Baudry, quero saber se aceita meu pedido de desculpas;, comentou o homem que disse ter se deliciado com o sabor do pulmão do colega de cela. ;O que é terrível é que (a carne) é deliciosa. Tem gosto de cervo. É macia. Gostei de ter feito o que fiz;, afirmou Cocaign durante o julgamento.