O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, rejeitou um plano que prevê a destruição de casas palestinas e a construção de novos assentamentos judaicos em Jerusalém oriental por contrariar o direito internacional, informou a organização esta quarta-feira (23/6).
"As medidas previstas são contrárias ao direito internacional e à vontade dos moradores palestinos" do barrio de Silwan, em Jerusalém oriental, disse o porta-voz de Ban, Martin Nesirky, em um comunicado.
A administração municipal israelense de Jerusalém validou o controverso projeto a ser construído no bairro de Silwan, onde colonos judeus se instalaram com as famílias em meio a 12 mil palestinos.
"O secretário-geral lembra ao governo israelense que tem a responsabilidade de evitar qualquer ato de provocação que possa incrementar as tensões na cidade. Estas medidas são negativas, quando o objetivo deveria ser reforçar a confiança em busca de negociações políticas (de paz)", acrescentou.
A Autoridade Palestina apelou, na terça-feira, aos Estados Unidos para suspender o projeto, dando a entender que sua implementação arruinaria meses de esforços pacientes para reativar as negociações israelenses-palestinas.
O plano prevê a destruição de 22 residências construídas sem autorização, enquanto outras 66 casas construídas, também sem permissão, serão legalizadas retroativamente.
O tema é mais sensível ainda porque a comunidade internacional não reconhece a ocupação israelense do setor oriental da Cidade Santa, anexada pelas forças de Israel, em junho de 1967, após a chamada "Guerra dos Seis Dias" entre árabes e israelenses.