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Amorim diz que aguarda sinalização iraniana para negociar

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou nessa segunda-feira (21/6) com representantes do governo do Irã, em Viena (na Áustria), sobre os efeitos das sanções impostas ao país pelas Nações Unidas, os Estados Unidos e a União Europeia. Nas conversas, o chanceler reiterou que o governo brasileiro aguarda manifestações concretas dos iranianos para definir eventuais negociações.

Para Amorim, não é o momento de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter uma atuação proativa em relação às negociações, de acordo com os representantes brasileiros que acompanharam a conversa. O chanceler ressaltou que o Brasil mantém a posição de defesa do diálogo e da busca por um acordo negociado, evitando medidas restritivas e punitivas.

O chanceler conversou com os emissários do presidente Mahmoud Ahmadinejad no mesmo dia em que a Agência de Energia Atômica do Irã proibiu a entrada no país de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), ligada às Nações Unidas. Eles pretendiam visitar as instalações das usinas nucleares iranianas.

Os especialistas iranianos afirmaram, porém, que os dois estrangeiros produziram um relatório técnico baseado em informações falsas sobre o programa nuclear do país. Para parte da comunidade internacional, o Irã mantém de forma secreta a produção de armas atômicas. A suspeita é negada por Ahmadinejad e demais autoridades iranianas.

Na conversa com Amorim, os representantes de Ahmadinejad negaram que o Irã evite a inspeção da Aiea. Segundo eles, a exigência é apenas para substituir os dois inspetores por outros que não levantem dúvidas sobre o trabalho realizado.

De acordo com os iranianos, na conversa com o chanceler brasileiro, os inspetores da agência internacional fizeram chegar à imprensa um documento com dados improcedentes.

Desde o último dia 9, o Conselho de Segurança, os Estados Unidos e a União Europeia aprovaram uma série de sanções ao Irã. As medidas atingem os setores de gás, petróleo, militar e de serviços bancários. São várias restrições que impedem o comércio do Irã com outros países.

Para o governo brasileiro, as medidas atrapalham o avanço das negociações em busca do fim do impasse do Irã com parte da comunidade internacional. O assunto deverá ser retomado durante as discussões do G20, em Toronto, no Canadá, no próximo fim de semana.