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Presidente eleito da Colômbia diz que não dialoga com Farc enquanto houver sequestros

Brasília - O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que não há possibilidade de diálogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) enquanto a guerrilha continuar com a prática de sequestros. A afirmação foi feita logo depois do seu primeiro pronunciamento como presidente eleito.

Candidato governista, Santos foi eleito neste domingo (20/6) com 69% dos votos, contra 27,5% de seu adversário do Partido Verde, Antanas Mockus, segundo informações da BBC Brasil. Ex-ministro da Defesa de Uribe, Juan Manuel Santos foi eleito com pouco mais de 9 milhões de votos no segundo turno.

Pouco depois da divulgação dos resultados, Mockus reconheceu a derrota e disse que seu partido terá uma relação de independência com o novo governo. Horas depois, Santos fez o primeiro discurso como presidente eleito, em uma cerimônia organizada por seu partido em Bogotá, e pediu que todos os partidos se unam em torno de sua administração.

As urnas foram abertas às 8h em Bogotá (10h em Brasília), com pouca presença de eleitores nas primeiras horas, tendência que se manteve durante todo o dia. Houve um alto índice de abstenção que, segundo a organização não governamental (ONG) Movimento de Observação Eleitoral (MOE), pode chegar a 57% do total de eleitores.

No domingo, sete policiais foram mortos em uma emboscada atribuída a rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), no estado Norte de Santander. As autoridades ainda não precisaram a quantidade de feridos no ataque. Também foram queimados papéis de votação e urnas em pelo menos três municípios, segundo a imprensa local.

Na madrugada desse domingo, um atentado contra uma torre de energia no estado de Nariño deixou ao menos três municípios sem eletricidade.

Em Tolima, três militares foram mortos em um enfrentamento com as Farc. No restante do país, as eleições transcorreram em relativa calma. Mais de 350 mil militares foram colocados nas ruas para reforçar a segurança nos centros de votação.