Com alegria e incerteza, uruguaios e argentinos voltaram a cruzar a fronteira depois que um grupo de ambientalistas de Gualeguaychú retirou neste sábado (19/06) o bloqueio de mais de três anos de uma ponte que une ambos os países.
"Agora poderemos estar em contato com nossos parentes uruguaios, vamos ver minha mãe, que está doente em Montevidéu", disse à AFP Myriam Gutiérrez, uma uruguaia residente de Buenos Aires, enquanto esperava em seu carro junto a seu marido argentino, Daniel Galdoporpora, que os ativistas retirassem a barreira que bloqueava a passagem na estrada 136, na altura de Arroyo Verde, em Argentina.
Os manifestantes mantinham a ponte General San Martín bloqueada - que une as cidades argentina de Gualeguaychú e a uruguaia Fray Bentos - desde novembro de 2006 como forma de protestar contra a instalação de uma fábrica de celulose da finlandesa UPM (ex-Botnia) no rio Uruguai.
Vários argentinos aproveitaram o fim de semana prolongado para cruzar ao Uruguai por esse local. "Por aqui, os custos são menores", explicou Golfoporpora, que se mostrou temeroso em relação aos próximos passos dos ativistas.
O bloqueio foi encerrado por 60 dias à espera que os governos de ambos os países concordem em realizar um controle dentro da fábrica de celulose para determinar se há contaminação, algo que até agora não foi aceito pela comissão administradora do Rio Uruguai (Caru), um organismo binacional.
"Continuaremos com as nossas ações, a Botnia é ilegal, contamina e deve sair da bacia do rio Uruguai", disse um representante dos ativistas diante de centenas de pessoas.